CARLOS ARANHA
Publicado no "Correio da Paraíba"
O PREFEITO E O PARQUE PARAHYBA
Nestes meus já consideráveis anos de João Pessoa, há tempo que não via um ato administrativo tão rápido, corajoso e benéfico à população como esse do prefeito Luciano Agra, que assinou na semana passada o decreto de desapropriação do Aeroclube da Paraíba. Não apenas para evitar o risco de uma tragédia - que quase acontecia há poucos dias -, mas para criar o Parque Parahyba, com 66,15 hectares, aumentando em não sei quantos e necessários “dígitos” as condições de lazer seguro para uma população dele ainda tão carente.
Lembro agora de um artigo escrito por meu saudoso irmão, Marcus Aranha, publicado neste jornal no dia 3 de outubro, intitulado “O aeroclube”, em que ele, um apaixonado pela cidade, afirmou: “João Pessoa está precisando de um novo parque. Era bom que o aeroclube se fosse de mudança e os hectares dele fossem transformados num parque como o ‘Parque da Cidade’ em Brasília: gramado e árvores! No meio delas, quadras de esportes, área para piquenique, ciclovia, lugar para armar redes, trilha para caminhadas, área para realização de shows, um teatro de arena, um pavilhão para exposições”... Meu irmão, um senhor cidadão, escritor e médico, foi achincalhado num “direito de resposta” assinado por um dos membros do Aeroclube da Paraíba. Agora, nos “campos verdejantes” onde deve estar, seu espírito deve estar alegre e reconhecido com a atitude que é comum a grandes administradores: a desapropriação assinada por Luciano Agra.
Em seu artigo, Marcus Aranha advertia que “esse negócio de avião subindo e descendo entre os prédios do Bessa pode terminar em tragédia. Imagine um teco-teco daqueles entrando pelas vidraças de um apartamento”... Sete dias depois, o incidente com um monomotor nas imediações do Aeroclube “expôs a fragilidade da sua localização na malha urbana e reacendeu o debate sobre a segurança das edificações e dos moradores do seu entorno”, como lembrou ontem o arquieto Oliveira Júnior. Seis dias a seguir, o prefeito anunciou a desapropriação.
A diretoria do Aeroclube tem direito agora ao “jus sperneandi”, mas, com certeza, prevalecerão junto à Justiça os anseios da população e a firme e correta decisão do prefeito de João Pessoa.
Fonte: Twitzer
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