terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Reginaldo Marinho

Restaurando o Parque
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Conversando com meu guru, ele disse: Se a maçã que caiu na cabeça de Isaac Newton tivesse caído na de outra pessoa, a Lei da Gravitação Universal teria demorado muito mais tempo para ser descoberta. Complementando esse argumento, a mente de Newton estava pré-ocupada com o fenômeno. Com o ocorrido ele esclareceu as forças de atração entre os corpos. O conhecimento não pode se desenvolver em uma mente vazia, a ciência avança como em degraus.
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Conta-se que Newton estava podando as plantas de seu jardim quando um vizinho passou, e ao cumprimentá-lo, perguntou: Trabalhando Newton? ele respondeu: Estou descansando. De volta o vizinho encontrou Newton recostado no tronco da tal macieira e perguntou: Descansando Newton? A resposta foi: Não estou trabalhando. Incorporado desse espírito newtoniano e pré-ocupado com as melhores condições urbanas, percorri a cidade para resgatar as imagens de minhas lembranças para compor um álbum fotográfico de nossa cidade, que já está pronto e aguardando a identificação de um patrocinador. Um verdadeiro inventário poético-iconográfico dessa preciosa urbe. Além das lindas fotos que fiz, essa experiência mostrou gargalos urbanísticos que danificam a paisagem e provocam desconforto para a população.
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Todos sabem que a cidade cresceu sem ordenamento. A administração municipal anterior que pensou a cidade para o futuro, foi a de Hermano Almeida. De lá pra cá foi só arremedo. Reconhecendo a gestão diferenciada do prefeito Ricardo Coutinho e o seu gosto pela cidade, particularmente quanto ao uso dos espaços urbanos, proponho uma solução para a emblemática Lagoa do Parque Solon de Lucena. Antes de tudo quero registrar que aquela chuva de água infectada que as pessoas, que por ali circulam, recebem da fonte central é absolutamente insalubre.
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Aquela água não receberia aprovação de nenhum laboratório do mundo, por mais pobre que fosse o país. Com o vento sudeste, ela molha justamente as pessoas que esperam os coletivos perto do busto de Augusto dos Anjos, elas vão para suas casas, mas o poeta fica ali tomando aquele banho de sujeira.
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A Prefeitura anunciou esvaziar a Lagoa, interceptar os esgotos clandestinos, retirar toda a sujeira de seu leito e restituir limpo esse valioso patrimônio à sociedade. Esse seria um trabalho merecedor do aplauso de todos os paraibanos, mas não passou de promessa. Estamos no último ano do governo e nenhuma declaração foi feita pela recusa desse projeto. Comenta-se que o prefeito foi desestimulado por um grupo de catadores de caranguejo dos mangues do Sanhauá, com a justificativa de que a água poluída bombeada para o rio prejudicaria aquela atividade. O volume de água da Lagoa comparado ao do rio é absolutamente insignificante, portanto não se justifica abandonar um projeto tão importante sem um argumento coerente.
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Proponho um desafio, menos oneroso, com resultados extraordinários e sem deixar de cobrar o outro. A idéia é disciplinar o curso de veículos em torno da Lagoa. O seu traçado simétrico simplifica o entendimento de minha proposição que retiraria os ônibus do anel interno e os remeteria para anel externo, no anel interno circulariam apenas os carros de pequeno porte.
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Naturalmente que a quantidade de ônibus que chega dos bairros para o Centro é a mesma que sai, admitindo a simetria física das vias nos dois sentidos no anel externo da Lagoa, conclui-se que essa mudança é possível. A única intervenção seria a retirada de seis árvores, sem relevância paisagística ou ambiental, que estão no trecho que dá continuação à Av. Almirante Barroso, sendo que elas poderiam ser substituídas por outras no próprio Parque. A simples retirada dessas árvores restabelecerá a simetria viária do Parque Solon de Lucena, permitindo um fluxo ordenado de veículos. Esse trecho entre a Av. Almirante Barroso e Rua Santo Elias já tem uma bitola correspondente a três faixas, fortalecendo esse argumento.

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