sexta-feira, 27 de junho de 2008

Sandra Moura

Restaurante Ippon








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Ficha técnica
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Arquitetura: Sandra Moura
Interiores: Sandra Moura
Local: João Pessoa, PB.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Andrade e Morettin

Centro de Informação do Comperj em Itaboraí – RJ
Concurso Nacional de Anteprojetos








Parecer do Júri
Considerou-se que, além de cumprir as recomendações expressas na 1ª etapa do concurso, o projeto vencedor se destaca por seus atributos expressivos; relacionamento franco com a paisagem natural circundante e as ruínas tombadas; clareza na distribuição interna do programa funcional; racionalidade e singeleza construtiva; boa solução para o percurso de chegada ao edifício; e adequação aos limites orçamentários.
Outrossim, como contribuição ao desenvolvimento executivo do projeto, o Júri sugere a revisão de alguns pequenos detalhes, sem que isto signifique qualquer diminuição dos inegáveis méritos e atributos positivos do projeto, quais sejam: ajuste na posição da passarela de acesso com relação às portas de entrada do edifício; posicionamento dos controles de entrada (catracas) e explicitação dos limites físicos entre o hall de acesso público e a área museológica; solução da rampa de acesso ao mezanino; e controle do acesso à varanda da biblioteca, tendo em vista a segurança do acervo.
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Rio de Janeiro, 27 de maio de 2008.
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Assinam:
Carlos Fernando Souza Leão Andrade (Presidente do Júri )Claudio Araújo Ruy Cordeiro Mauro Almada Relator Ubirajara Ribeirinho Telles

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Ficha técnica
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Autores
Arq.Vinicius Hernandes De Andrade
Arq.Marcelo Henneberg Morettin
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Colaboradores
Marcelo Maia Rosa
Renata Andrulis
Marcio Tanaka
Marina Mermelstein
Natasha Pirondi

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Bruno Atayde

Base de Apoio ao Projeto Peixe-Boi Marinho
Mamanguape - PB













Vista Aérea
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Vista do rio Mamanguape
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Bloco Turístico
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Estacionamento e Acesso Social

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Bloco Administrativo

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Bloco de Apoio e Serviços
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Bloco de Hospedagem

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Vista Aérea Implantação

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DIRETRIZES
Na prerrogativa de fomentar o turismo na Base de apoio ao Peixe-boi Marinho, Barra de Mamanguape-PB e proporcionar um melhor desempenho das atividades científicas realizadas, aliado a uma política de preservação ambiental em conjunto com a comunidade local, estabelece-se diretrizes baseadas na sustentabilidade como approach dos conceitos bases buscados pelas três premissas: projeto científico realizado, a educação ambiental e o turismo.
Diante do exposto, os princípios utilizados na proposta projetual perfilam três relevantes conceitos de sustentabilidade, identificados por Juliana Nakamura, num artigo publicado na edição de janeiro de 2006 da Revista Arquitetura e Urbanismo: Casa Ecológica, construções integradas ao meio ambiente, onde utiliza-se de recursos naturais locais sem a geração de resíduos que degradem o meio ambiente, dispensando o processo industrial; Green Building, construções com fontes de energia alternativa, maximização da iluminação natural, preservação de áreas verdes ou nativas e boa qualidade de ar interno;
Desenvolvimento sustentável, desenvolvimento que permite a satisfação das necessidades básicas e aspirações do bem-estar da população sem comprometer as a possibilidade de as gerações futuras estabelecerem suas próprias necessidades e aspirações.
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ZONEAMENTO
O zoneamento proposto parte da utilização das clareiras encontradas, associado aos estudos de fluxo das atividades, numa prerrogativa de intervir o mínimo possível na área. No entanto, preservando os remanescentes de mata de restinga existente, as edificações permeiam pelas árvores de replantio, buscando uma integração do construído com o meio ambiente local.
Os blocos são dispostos, basicamente, seguindo uma linearidade, rente e distante 30 metros da margem do rio. Tal postura foi adotada em decorrência da necessidade de ligação direta com o rio tanto por parte do bloco veterinário, tendo em vista o deslocamento das embarcações e manejo de materiais, quanto por parte do bloco turístico, priorizado a vista panorâmica do contexto natural, ambos nas extremidades dessa linearidade, intermediados pelo bloco administrativo.
Locado mais ao sul, numa clareira existente, propõe-se a implantação do bloco de alojamento que, pelo seu caráter mais restritivo, distancia-se dos blocos de maior dinâmica funcional.
O estacionamento, locado na única fachada de acesso do lote, busca uma fluidez natural, ampliado através da continuidade espacial pela ausência de fechamentos, evidenciando assim o bloco turístico, que saca para esse espaço, impondo seu volume e apresentando o acesso principal ao público.
O acesso de serviço se dá por uma porteira voltada para o estacionamento, a qual direciona-se em suas laterais para o bloco administrativo ao norte e ao bloco de alojamento ao sul, tendo em frente, o acesso de automóveis e/ou deslocamento das embarcações para a garagem no bloco veterinário.
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PARTIDO ARQUITETÔNICO
O partido arquitetônico adotado parte de um estudo tipológico realizado na região, onde se registra as técnicas construtivas encontradas no local como um acervo iconográfico para a proposta. Nessa prerrogativa, verifica-se uma substituição gradativa da utilização de taipa por alvenaria de tijolos, fator de influência da crescente especulação imobiliária na área. Por outro lado, nota-se a remanescência dessa técnica nas edículas existentes nos fundos das casas, evidenciando a persistência do forte caráter da arquitetura vernacular local. Dessa forma, adota-se a taipa como referência projetual na concepção da proposta, fazendo um releitura da composição plástica da técnica. Para tanto, utiliza-se da madeira como elemento base no arranjo tipológico, agregando os conceitos sustentáveis mencionados, bem como um conforto térmico dos ambientes à uma proposta contemporânea e de arquitetura marcante.
A coberta se mantém na configuração predominante na região, em duas águas, porém apresentada de forma mais arrojada, com características próprias, que dão uma identidade à composição da tipologia e oferece uma melhor exaustão do ar quente, tendo em vista a abertura proposta no encontro das águas.
No intuito de preservar o ecossistema natural local, propõe-se uma elevação do piso dos blocos em 70cm do solo, viabilizando o fluxo de espécies remanescentes da fauna, como também as espécies vegetais nativas, proporcionando uma maior interação da edificação com a natureza.
Como fortalecimento dessa integração, os blocos apresentam seus fechamentos laterais, quando não por esquadrias de vidro em moldura de madeira, com brises horizontais em ripado de madeira, remetendo à técnica da taipa, onde ao mesmo tempo que integra os ambientes à natureza, separa fisicamente as atividades, fazendo menção aos conceitos de sustentabilidade da casa ecológica pela utilização integral da ventilação e iluminação natural.
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MATERIAIS CONSTRUTIVOS
Partindo do principio sustentável de utilização de matérias sem a geração de resíduos sólidos que degradem o meio ambiente, a proposta utiliza-se basicamente de três materiais construtivos: vidro, alvenarias de solo-cimento e madeira de reflorestamento coberta em telha canal.
O vidro apresenta-se como produto fomentador da sustentabilidade na edificação tendo em vista sua permeabilidade visual, propagando a luz natural para o ambiente interno, minorando assim o consumo energético.
Utiliza-se da alvenaria de tijolos solo-cimento nos fechamentos laterais de ambientes que carecem de uma maior privacidade, como também em áreas molhadas. Seu emprego vem se consagrando como uma tecnologia alternativa por requerer o solo como matéria prima, este encontrado em abundância na natureza, disponível geralmente no local da obra e de fácil processo construtivo, podendo ser rapidamente assimilado por mão de obra ainda não qualificada.
Tal material apresenta ainda excelentes condições de conforto e de resistência, além de uma perfeita impermeabilidade, resistindo ao desgaste do tempo e da variação de umidade, fortemente presente na área.
A aplicação do chapisco, emboço e reboco são dispensáveis devido ao acabamento ao acabamento liso das paredes monolíticas, em virtude da perfeição das faces (paredes) prensadas e à impermeabilidade do material, sendo necessário pois, apenas uma aplicação simples de pintura com tinta à base de cimento, ampliando o índice de impermeabilidade, bem como o aspecto visual, conforto e higiene.
A madeira utilizada, especificadas com o selo de reflorestamento, vem se apresentando como alternativa de sucesso, empregada com bastante êxito por todo o país, fazendo-se necessário, portanto, um processo de tratamento da mesma, garantindo a qualidade e longevidade do produto.
Sendo assim, propõe-se a confecção de toda a estrutura das edificações em madeira, com fundações em concreto armado tendo seu piso em pranchas de mesmo material e fechamentos laterais com esquadrias de vidro emoldurados também de madeira. Os engastes das vigas
e balanços nos pilares dão-se por ferragens em aço tratado.
Para o fechamento superior das edificações, buscou-se manter a mesma leitura das construções encontradas em abundância na região. A telha canal aparente sobrepõe-se à estrutura de madeira numa inclinação satisfatória a oferecer um maior conforto no prolongamento do seu beiral, quanto na amplitude proporcionada pelos vão internos.
Utilizou-se ainda de calhas de drenagens pluviais, recolhidas em tubos de PVC aparente na fachada, recolhidas em caixas de concreto ao nível do solo, as quais direcionam as águas ao reservatório central, de modo a utilizar-se da água para fins não potáveis.
O abastecimento de água na base realiza-se através de poços existentes, que levam a água para as caixas d’água encontradas no volume do mirante, o qual possui uma cobertura em fibra de vidro, embutindo-se na estrutura ripada de fechamento do mesmo.
Como alternativa para o consumo de energia, propõe-se a utilização de placas fotovoltaicas no bloco de alojamento, destinadas ao aquecimento de água dos banheiros através da captação de energia solar. Tal iniciativa parte dos conceitos sustentáveis de alternativas de captação de energia, entretanto, com a oferta da rede hidrelétrica de abastecimento, também configurada como produção sustentável, uma vez que se renovam as fontes de produção da mesma, manteve-se o abastecimento integral da base pela rede pública de energia elétrica.
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PROGRAMA
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Estacionamento
Localizado na única fachada acessível do lote, o estacionamento busca integrar o espaço externo para dentro da base, configurando um espaço amplo, quebrado pelo volume que do bloco turístico que saca como querendo descobrir a paisagem do rio, encoberta pela vegetação de mangue.
Não possuindo pavimentação na área de taxiamento, uma calçada de borda faz-se presente, direcionando o visitante ao acesso de público. Por outro lado, a entrada de serviço segue por uma porteira de madeira que restringe a entrada aos
automóveis da instituição, além de viabilizar um acesso de pedestres restrito aos funcionários.
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Bloco Turístico
Locado na extremidade leste do lote, apresenta-se como único bloco a gozar de uma vista panorâmica do estuário do rio. Sua disposição acolhe os visitantes chegados pelo estacionamento, adentrando por rampa ou escada, ladeando um volume de cor marcante que saca do bloco, abrigando a Oficina Peixe-boi, e dando visibilidade ao trabalho artesanal realizado. Chegando pela recepção, o visitante já visualiza ao fundo da mesma, suvenires e acessórios da loja ali encontrada. Um amplo hall de exposições aponta para o leste, vislumbrando através das esquadrias de vidro toda a paisagem do estuário e seu encontro com o mar. Um deck se prolonga no sentido do bloco, dispondo de cadeiras e mesas oferecidas pela lanchonete que se apresenta. Ao fim do bloco, um auditório exibe vídeos na temática ambientalista, em especial ao peixe-boi marinho, além de voltar-se à utilização da comunidade em ocasiões de palestras entre outras manifestações educacionais.
Seguindo para este auditório encontram-se duas baterias de banheiros e vestiários, feminino e masculino, adaptados, como toda a edificação, a receber Portadores de Necessidades Especiais (PNE). No lado sul da edificação segue uma circulação voltada para serviço, a qual leva aos blocos administrativo e veterinário. Na face norte, perfilando a margem fluvial, o deck encontrado segue rio adentro num píer flexível à maré, ladeado por um mirante vertical de volumetria imponente, contando na outra face da passarela com chuveiros para asseio rápido, e seguindo por sobre a água, tornando mais cômodo a embarcação às canoas rumo a visitação ao cativeiro natural do peixe-boi marinho.
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Bloco Administrativo
Seguindo por uma passarela elevada, reforçando o contato com a paisagem, o bloco administrativo se faz presente com seu volume de brises, barrando a visibilidade direta aos ambientes internos, e proporcionando uma expansão desses ambientes para com o entorno.
Responsável pela administração da base, o bloco abriga a sala do executor do projeto, secretária, sala de reuniões, almoxarifado e arquivo morto, contando ainda com sala de pesquisa, sala dos estagiários e uma pequena biblioteca, de acesso eventual à pesquisadores externos.
O bloco administrativo oferece acesso para os três demais blocos do parque, possuindo um acesso lateral de serviço, que segue para o bloco mais restrito de alojamento.
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Bloco Veterinário
Apresentado como bloco técnico da base, denota-se como o mais voltado à atividade de pesquisa propriamente dita, encontrando a sala de veterinário, sala de necropsia (com depósito), um banheiro de funcionários e sala de manejo dos alimentos, tendo em vista a necessidade manipulação e acondicionamento das algas marinhas, alimento dos peixes-bois.
O bloco conta ainda com um depósito geral da base, ladeado pela garagem de automóveis e embarcações utilizadas no Projeto, esta pavimentada com ecoblocos, possibilitanto a permeabilidade do solo assegurada na proposta. Prolongando-se nessa pavimentação, uma rampa de mesmo pavimento segue em direção ao rio, viabilizando o deslocamento das embarcações à água.
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Bloco de Alojamento
Reservado ao sul do lote, o alojamento destaca-se por diferenciar-se na forma seguida pelos demais blocos. No entanto, de caráter mais intimista, o bloco dialoga com seu entorno naturais e construído de forma a manter a tipologia adotada e integração com o meio natural.
Encontram-se locados nesse setor os apartamentos, num total de 04, sendo um adaptado aos PNE, um destinado a casais de pesquisadores que alojam-se na base, e um masculino e feminino, comportando cinco pessoas cada quarto, todos configurados como suítes. Uma sala de estudo, uma de jantar e um de estar compõe o programa de necessidades, somado ao setor de serviços como um banheiro social, uma cozinha, uma despensa e uma área de serviço. Necessário ainda se fez um apoio aos funcionários, espaço que não fossem nem alocados nos demais blocos, nem interferissem no funcionamento do alojamento, porém agregado ao mesmo, e possuindo acesso ao setor de serviço, tendo em vista que toda a manutenção do bloco, bem como a utilização da cozinha são realizados pelos funcionários.
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Ficha técnica:
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Projeto Final de Graduação
Instituição: Unipê
Ano: 2007
Orientador: Oliveira Júnior
Imagens 3D: Frankie Muniz

sábado, 21 de junho de 2008

Marketing Profissional

Estratégias de marketing
Thiago Oliveira
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Eis aqui uma área na qual o investimento financeiro é praticamente nulo e o seu talento e esforço pessoal são determinantes. Segundo os especialistas de marketing mais eficientes ainda são os mesmos já vastamente difundidos no meio corporativo em geral. O desafio está em utilizar esses instrumentos de maneira correta, explorá-los em suas nuances e ramificações variadas. Uma vez atingido o caminho certo, passa a valer como critério de êxito a habilidade de manutenção permanente das boas práticas. Confira como fazer nos tópicos a seguir.
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Limitações de largadaNo início da atividade profissional, ações de divulgação mais intensas no mercado têm possibilidades reduzidas de emplacarem. "Primeiro, acho importante construir uma base comercial, um currículo mínimo de obras", recomenda o arquiteto Mario Biselli, sócio do escritório Biselli Katchborian. "Não adianta se apresentar ao mercado com belíssimos desenhos. Os clientes querem ver o que o arquiteto já fez. Daí que, no começo, a luta é conseguir trabalhos dentro do círculo familiar, ou nas amizades próximas, completa."
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Rede de contatos
É ainda na universidade que a rede de contatos profissionais cria embriões, junto a colegas e professores, que são potenciais parceiros em trabalhos futuros. Estágios em empresas são outra fonte valiosa de aproximação com integrantes do mercado. "Quando o marketing começa a ser feito dentro da universidade, o aluno já conta com toda uma estrutura para deslanchar assim que se forma", observa o consultor Ari Lima. "Durante os estudos, já deve existir a preocupação em desenvolver o plano de marketing pessoal e a gestão da carreira. Depois da formação, parte-se para o plano de negócios."
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Presença em eventos
Congressos, convenções e eventos similares são ambientes férteis para ampliação e fortalecimento do círculo de contatos. O arquiteto também pode se dispor a promover palestras ou cursos gratuitos como forma de criar projeção social. E a presença não deve se restringir a reuniões do setor. "É necessário manter um bom relacionamento também com advogados, médicos e profissionais de outras áreas. Essas pessoas vão construir casas, reformar, e têm um círculo de amizades que pode acabar remetendo ao arquiteto", justifica Lima.
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Internet
Ferramenta de baixo custo e elevado retorno, a internet oferece diferentes vieses a serem aproveitados. A utilização mais habitual concentra-se no desenvolvimento de websites para empresa ou profissionais autônomos. No entanto, outros recursos ganham credibilidade e se firmam como alternativas - exemplo típico do blog corporativo. Uma terceira vertente de promoção virtual é a publicação de artigos, no próprio site, blog ou em outros endereços eletrônicos de interesse do público-alvo do arquiteto. "Iniciativas como essas são gratuitas. A exigência é muito mais por uma disposição intelectual", aponta o consultor. "Também não é preciso esperar que o escritório cresça para desenvolver ações nesse sentido, ligadas ao plano de marketing. O importante é desenvolver o plano de marketing para, em seguida, conseguir crescer", acrescenta.
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Parcerias
Fazendo uso dos contatos construídos ao longo dos anos, os arquitetos têm, nas parcerias, uma ferramenta poderosa de obtenção de trabalhos. Não é necessária a constituição de empresa. São acordos informais, de ajuda mútua, a serem feitos com outros arquitetos cujo segmento de atuação seja diferente, ou com engenheiros e construtoras. "Eles vão trocando informações, favores, apoios, um indicando o outro", explica Ari Lima. "É uma das principais ferramentas de promoção, hoje. Um nível adequado de parcerias por si só é capaz de manter um escritório de arquitetura num bom ritmo de atividade."
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Força da indicação
Note-se que, comparada com o recurso da publicidade e da propaganda paga, a indicação profissional - livre de custos - traz muito mais resultados ao prestador de serviços do setor. "É mais forte a indicação de um arquiteto por um engenheiro que já está na obra, já tem um grau de relacionamento ali dentro, do que se o proprietário recebesse a informação daquele profissional de arquitetura por um jornal, ou outra publicação qualquer", considera Ari Lima. Já Mario Biselli enfatiza que não se faz leilão para contratação de arquitetos. "Cliente gosta de trabalhar na confiança. Ou ele viu sua obra, ou alguém fez uma indicação muito incisiva do seu trabalho", expõe. "Chega a ser constrangedora, na arquitetura, a propaganda direta", opina Biselli.
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Manutenção dos contatos
A rede de contatos não existe para ser acessada apenas quando há interesses imediatistas. A alimentação precisa ser freqüente, sem que se tente planejar retorno. "O marketing não é uma ciência exata. As coisas dão certo por maneiras indiretas", lembra Mario Biselli. "Se sua rede estiver bem alimentada, o nome do profissional será lembrado quando surgir uma necessidade", ressalta Ari Lima. O engenheiro Manoel Botelho, que oferece cursos de marketing nos setores de engenharia e arquitetura, sugere que os profissionais se manifestem formalmente pelo menos duas vezes ao ano, por cartas ou e-mails. "Tem que avisar que você está vivo, está atuando, e qual sua especialidade. As pessoas esquecem", afirma Botelho.
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Comunicação visual
Estabelecer um padrão visual nos meios de contato com os clientes ajuda na fixação do nome do arquiteto ou escritório. A dica se aplica do cartão de visita à placa de obra, passando pelo papel timbrado e pelos desenhos do profissional. "Em tudo que for feito, tem de haver uma marca característica, personalizada com uma lembrança indiscutível", salienta Manoel Botelho.
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Auxílio especializado
Além do próprio consultor de marketing (cuja atuação costuma ser vigorosa nas primeiras semanas e mais aliviada posteriormente), outro profissional especializado que auxilia na divulgação do escritório é o assessor de imprensa. Isso porque a mídia está entre os instrumentos que mais geram resultados aos arquitetos. "As publicações são fundamentais", frisa Mario Biselli. "Quando você vai a um cliente novo e mostra uma obra sua publicada, ele gosta, mesmo que não tenha tido acesso ao material pelas vias normais." Segundo o arquiteto, esses casos costumam ocorrer quando se está em busca de empreendimentos de grandes dimensões. "Aí tem que haver uma ação mercadológica mais ativa do arquiteto, visitar pessoalmente, deixar um currículo, um portfólio", explica, complementando que, no caso de obras de menor vulto, como residências, os veículos de imprensa economizam esse trabalho de campo, na medida em que conseguem atingir diretamente o consumidor final.
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Presença na mídia
Quem quiser evitar o custo com a assessoria especializada ou a considera desnecessária, pode procurar, por conta própria, a interação com a mídia. O engenheiro Manoel Botelho dá um exemplo de como já conseguiu presença considerável nos maiores jornais do País: "Quando chega janeiro, mês de aniversário de São Paulo, começo a mandar uma série de pautas contendo curiosidades sobre a construção civil na cidade, assunto do qual gosto muito. De vez em quando, os jornalistas vêm falar comigo. Já houve ocasião de eu dar entrevista de duas páginas no Estado de S.Paulo." O arquiteto Mario Biselli utiliza a proximidade que estabeleceu com revistas do setor, desde os tempos de faculdade, para apresentar projetos e pleitear publicações. Ele conta que esse relacionamento foi facilitado também pelo seu hábito de oferecer artigos aos veículos. "É importante, principalmente nas revistas especializadas, que você estabeleça posições, mostre o que pensa, desenvolva raciocínios", destaca.
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Ética
Por fim, vale registrar que os resultados positivos das estratégias de marketing estão atrelados à ética do dia-a-dia. "Acontece muito de um profissional denegrir a imagem de outro para tentar ganhar um cliente, o que demonstra falta de profissionalismo e incapacidade de trabalhar dentro de um sistema organizado", exemplifica o consultor Ari Lima. É muito provável que o cliente se dê conta de uma manobra dessa natureza, o que fatalmente acarretará em conseqüências desastrosas ao envolvido.
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Ferramentas de promoção
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> Contatos pulverizados - Busque relacionar-se com profissionais de diferentes segmentos. Todos são potenciais clientes e ajudam na propagação de seu nome ou de seu escritório.
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> Parcerias - Arquitetos com focos distintos de atuação, engenheiros e construtoras podem estabelecer acordos informais em que um indica o outro para trabalhos em geral.
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> Rede bem alimentada - Desenvolva o hábito de trocar informações com colegas, parceiros e clientes.
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> Internet - Utilize para criação de um website, blog ou publicação de artigos em endereços de interesse de seu público-alvo.> Comunicação visual - Padronize cartões de visitas, placas de obras, papel timbrado. Isso ajuda a fixar sua marca ou nome no mercado.> Assessoria de imprensa - Contrate para promover seus projetos em revistas especializadas e demais veículos.
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terça-feira, 17 de junho de 2008

Cláudio Florentino

CENTRO DISSEMINADOR DE TECNOLOGIAS SOCIAIS
A terra crua como alternativa para uma arquitetura sustentável


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Diante do panorama de degradação ambiental global, escassez de matéria prima, água, energia, aumento da poluição, como também os impactos negativos gerados pela indústria da construção civil, é necessário refletir sobre possíveis alternativas para combater o uso excessivo dos recursos energéticos através de princípios projetuais que tragam a sustentabilidade como parâmetro. Este estudo evidenciou possíveis alternativas construtivas, cujo enfoque se deu a edificações de baixo custo voltadas a comunidades rurais e assentamentos.
Além disso, um dos objetivos desse trabalho foi a busca pelo resgate das técnicas vernaculares de construção associadas a novos processos e materiais de baixo impacto ambiental, trazendo a terra crua como elemento de destaque no processo construtivo, buscando uma maior economia, conforto térmico e preservação dos recursos. Este projeto apresenta as técnicas em terra mais conhecidas e empregadas em todo o mundo, além de novos processos construtivos e sistemas alternativos de saneamento e produção agrícola que buscam a reciclagem e o máximo de aproveitamento através dos princípios do design permacultural.
A proposta para o Centro Disseminador de Tecnologias Sociais foi baseado no programa de necessidades da Agência Mandalla, uma OSCIP (Organização Social Civil de Interesse Público), localizada no município de Cuité-Pb que tem como missão “Transformar a agricultura familiar em um negócio, economicamente rentável, socialmente responsável e ambientalmente sustentável”.

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O PARTIDO ARQUITETÔNICO

O partido geral do anteprojeto buscou adotar uma arquitetura simples com edificações térreas e linhas harmônicas que buscaram explorar além da qualidade estética do espaço construído, a plasticidade oferecida por uma diversidade de técnicas construtivas em terra crua associada a materiais de construção alternativos e locais. A integração com a natureza foi outro ponto contemplando, cuja presença do automóvel foi restringida, exceto em alguns casos especiais, os quais mereceram uma maior atenção. Para gerar esta separação entre o pedestre e os automóveis o estacionamento teve que ser posicionado a uma certa distância dos equipamentos, sendo criado um controle através de cercas e portões, fazendo com que os visitantes tivessem um maior contato com o espaço e pudessem apreciar melhor a área durante o passeio através de caminhos orgânicos evitando a monotonia dos passeios e buscando proporcionar percursos mais agradáveis pelo espaço na medida em que novos visuais se criariam a cada local. Além disso, contemplou-se o emprego do design permacultural na disposição e inter-relação das edificações, o que gerou, como resultado, equipamentos com uma boa qualidade térmica e adequados às suas finalidades.

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ZONEAMENTO
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O zoneamento da área foi baseado nos princípios do design permacultural, onde todos os elementos buscam uma interação harmônica e sustentável. Neste caso, foi utilizado o planejamento por zonas, que trata da localização dos equipamentos de acordo com a quantidade e freqüência em que são utilizados, sendo empregadas informações coletadas pela observação e análise do sítio para projetar espaços mais sustentáveis e altamente produtivos.
Como foi dito anteriormente, a distribuição dos equipamentos seguiu o planejamento por zonas que podem ser descritas, resumidamente, segundo Mollison (1994) em:

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Zona 0: È o centro das atividades que pode ser uma casa, galpão ou, em escala maior, uma vila.
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Zona 1: É a área que se encontra mais perto do centro, é a mais controlada e intensamente utilizada podendo conter jardins, oficinas, estufas e viveiros. Nesta área, possivelmente teremos poucas árvores de grande porte, não sendo obstante dependendo da necessidade de sombra.
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Zona 2: É uma área ainda mantida intensivamente com o plantio denso (arbustos maiores, pomares mistos e de pequenas frutas, além de quebra-ventos).
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Zona 3: Esta zona contém pomares não podados, pastagens maiores para animais de abate ou para manter uma plantação principal, requerendo menos manutenção do que as outras duas zonas.
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Zona 4: É um espaço semi-manejado e semi-selvagem.
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Zona 5: É a ultima zona e compõe o sistema selvagem
Devido a restrição da área, o projeto foi desenvolvido e implantado até a zona quatro.

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SISTEMAS CONSTRUTIVOS
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Os sistemas construtivos empregados são em quase sua totalidade baseados na utilização da terra crua como matéria prima fundamental, sendo uma forma de resgate das tradições vernaculares no emprego de determinadas técnicas, além da inserção de novos modelos tecnológicos desenvolvidos para o bom aproveitamento dos recursos naturais locais visando a conservação e preservação da natureza. Além da terra, buscou-se a utilização de materiais que possuíssem características que fossem condizentes com os conceitos de preservação e sustentabilidade do meio ambiente como, por exemplo, madeira de reflorestamento, bambu, produtos desenvolvidos através de reciclagem como as telhas feitas de PET e resíduos derivados de embalagens Longa Vida, compensados feitos com resíduos da bananeira e pupunha, materiais este com alto valor agregado em relação à qualidade e possibilidades de utilização, como na confecção de móveis de alto padrão.
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SANEAMENTO

Como a área não possui estrutura de saneamento, por estar localizada na zona rural, foram estabelecidos parâmetros para a implantação, acondicionamento e tratamento dos resíduos produzidos pelo Centro.
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Sanitários compostáveis
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Uma das soluções adotadas para tratar os dejetos humanos produzidos no Centro foi a utilização dos sanitários compostáveis, solução bastante condizente com as necessidades locais por ser um equipamento ecologicamente correto, não poluindo assim o meio ambiente, além de gerar economia de água devido a sua não utilização.
O equipamento foi desenvolvido para oferecer o máximo de benéficos, visto que todos os resíduos produzidos são armazenados e transformados, através de um processo de compostagem, em húmus que será utilizado na produção agrícola. Os sanitários compostáveis desenvolvidos pelo IPEC sofreram algumas modificações para melhor atender as necessidades dos usuários, como por exemplo, a implantação de vasos sanitários feitos em fibra, o que proporciona um maior conforto para os mesmos.
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Tratamento das águas cinzas e negras

O sistema de tratamento das águas cinzas e negras foi implantado para reciclar a água o máximo de vezes possível antes que esta saia do sistema, seguindo a metodologia pregada pela permacultura. Para tal se fez uso da biorremediação que consiste em sistemas vegetais (árvores, arbustos, plantas rasteiras e aquáticas), associados a microorganismos capazes de degradar ou isolar substâncias tóxicas dos solos contaminados por poluentes orgânicos e inorgânicos.
Nos locais onde não se pode instalar os sanitários “secos” foram utilizados, para tratar os resíduos, infiltradores sépticos, que ao contrário das fossas sépticas, as quais apenas decompões os sólidos não eliminando as bactérias staphilococos que contaminam a água, decompõe toda a matéria orgânica através de plantas filtradoras em associação a microorganismos anaeróbicos, os quais absorvem a matéria orgânica proveniente das fezes filtrando as águas negras, as quais após estarem limpas, infiltram-se no solo.
Já para o tratamento das águas cinza, foram utilizados dois sistemas: as lagoas de fitorremediação e o “circulo de bananeiras”, que além de proporcionar o tratamento das águas, gera alimentos que serão consumidos pela população local, sendo uma forma simples e extremamente eficiente de reciclagem da água.


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FICHA TÉCNICA

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Projeto: Centro Disseminador de Tecnologias Sociais
Instituição: UNIPE
Ano: 2007
Orientadora: Maria Helena Azevedo
Imagens: Acro

sábado, 14 de junho de 2008

Marco Suassuna

Residência em Itaporanga







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Ficha técnica
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Arquitetura: Marco Suassuna
Local: Itaporanga/PB