terça-feira, 29 de março de 2011

I Seminário de Arquitetura Modernista Paraibana

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segunda-feira, 28 de março de 2011

Souto Moura vence o prêmio Pritzker 2011

O atelier do arquitecto Eduardo Souto de Moura confirmou ao PÚBLICO a atribuição do prémio Pritzker 2011, o maior galardão mundial na área da arquitectura.
Por Cláudia Carvalho



"Durante as últimas três décadas, Eduardo Souto Moura produziu um corpo de trabalho que é do nosso tempo mas que também tem ecos da arquitectura tradicional. Os seus edifícios apresentam uma capacidade única de conciliar características opostas, como o poder e a modéstia, a coragem e a subtileza, a ousadia e simplicidade - ao mesmo tempo”, pode-se ler no comunicado emitido pelo júri do prémio.


Entre os projectos mencionados, o júri destacou a obra do Estádio Municipal Braga, mais conhecido como o estádio AXA, construído numa antiga pedreira.

Estádio Municipal Braga



"Quando recebi a chamada a dizer que eu seria laureado com o Pritzker, eu nem queria acreditar. Depois recebi a confirmação que era mesmo verdade, e então percebi a grande honra que é. O facto de ser a segunda vez que um arquitecto português é escolhido torna isto ainda mais importante”, disse Souto Moura, citado no comunicado.



Nascido em 1952, no Porto, Eduardo Souto Moura é o segundo arquitecto português a receber esta distinção, depois de Álvaro Siza Vieira ter vencido em 1992. O arquitecto sucede, assim, nomes como Oscar Niemeyer (1988), Frank Gehry (1989), Norman Foster (1999) e Zaha Hadid (2004). No ano passado a Fundação Hyatt distinguiu a dupla de japoneses Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa.



Entre as suas obras mais conhecidas, destacam-se, além do Estádio Municipal de Braga (2000/03), a Casa das Histórias em Cascais, a Casa das Artes no Porto (1981/91), a Estação de Metro da Trindade, o Centro de Arte Contemporânea de Bragança (2004/2008), o Hotel do Bom Sucesso em Óbidos, o Mercado da Cidade de Braga (1980/84), a Marginal de Matosinhos-Sul (1995), o Crematório de Kortrijk (Bélgica), o Pavilhão de Portugal na 11ª Bienal de Arquitectura de Veneza (Itália) (1985) ou a Casa Llabia (Espanha).

Casa das Histórias





No mesmo comunicado, em relação ao trabalho do arquitecto, o júri sublinha a confiança que Souto Moura tem em "usar uma pedra com mais de mil anos ou a inspirar-se num detalhe moderno de Mies van der Rohe".



Ao longo da sua carreira, Souto Moura viu o seu trabalho ser reconhecido diversas vezes, tendo recebido o Prémio Pessoa (1998), o Prémio Secil de Arquitectura (1992 e 2004), o 1º Prémio da Bienal Ibero-Americana (1998), o Prémio Internacional da Pedra na Arquitectura (1995), a Medalha de Ouro Heinrich Tessenow (2001) e o Prémio Internacional de Arquitectura de Chicago (2006).



O arquitecto de 58 anos receberá o prémio, no valor de 100 mil dólares (cerca de 70 mil euros), numa cerimónia que acontecerá em Junho em Washington D.C.



Souto Moura, que se encontra neste momento em viagem, marcou uma conferência de imprensa para o Hotel Flórida, em Lisboa, às 22 horas.



Criado em 1979 pela Fundação Hyatt, com sede nos Estados Unidos, o Prémio Pritzker é considerado o Prémio Nobel da Arquitectura. O galardão distingue anualmente um arquitecto vivo pelo seu trabalho excepcional. 



Nascido em 25 de Julho de 1952, no Porto, o arquitecto Eduardo Souto de Moura, reconhecido como um dos grandes nomes da arquitectura moderna portuguesa, iniciou o seu percurso profissional ao lado de Siza Vieira, com quem trabalhou até 1980 durante cinco anos. 



Em 1980, o arquitecto licenciou-se pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, iniciando a sua actividade como profissional liberal. No mesmo ano, Souto Moura receberia o seu primeiro prémio, da Fundação António de Almeida.



Ao longo da sua carreira, o arquitecto tem sido várias vezes abordado para leccionar nas mais conceituadas escolas de arquitectura, actividade que iniciou em 1981 na Faculdade de Arquitectura do Porto, mas que já o levou a dar aulas nas escolas de Paris-Belleville, Harvard, Dublin, Zurique e Lausanne.


Fonte: http://www.publico.pt/

Arquitetura paraibana marcará presença em  Fórum Latino-americano.
Por Oliveira Júnior¹

No final do primeiro semestre deste ano, a Paraíba figurará entre os protagonistas da discussão sobre a produção arquitetônica contemporânea na América Latina. Nos dias 8, 9 e 10 de Junho, Fortaleza – CE sediará o FJAL - Fórum Jovens Arquitetos Latino Americanos - e contará com a minha presença como um dos palestrantes convidados, entre um seleto grupo de 11 proeminentes profissionais brasileiros e estrangeiros, reconhecidos pela qualidade do conjunto de obras, destacados em premiações e em periódicos especializados nacionais e internacionais. 

A arquitetura latino-americana passa por um momento muito especial e a cada ano se afirma no cenário internacional como um celeiro de jovens talentosos como Alejandro Aravena, Solano Benitez e Ângelo Bucci; e de nomes consagrados como Oscar Niemeyer, Paulo Mendes da Rocha e  Clorindo Testa.
A temática do FJAL “inserções numa realidade periférica” tem por objetivo reunir arquitetos cujos trabalhos estejam sintonizados com a realidade econômica, tecnológica, social e cultural da América Latina e que possam compartilhar suas trajetórias no que diz respeito aos desafios comuns enfrentados por todos os jovens no início da carreira. 

Os organizadores do FJAL entendem que é preciso voltar o olhar para o nosso continente, compreender suas problemáticas e vocações naturais para consolidar uma identidade arquitetônica própria, dentro de um contexto global.

O tema da minha palestra será “7S34W geografia e identidade”, pautada fundamentalmente no “roteiro para construir no nordeste” de Armando de Holanda. A idéia é apresentar poucas obras e aprofundar a discussão sobre o processo de elaboração dos projetos. Os trabalhos escolhidos serão uma síntese da produção do arquiteto desde os últimos 20 anos até os mais recentes, em parceria com meu atual sócio Davi de Lima. 
Participar deste Fórum é uma grande honra para a Paraíba e em especial para a arquitetura paraibana. Como único arquiteto nordestino, entre os palestrantes do FJAL, pretendo compartilhar com brasileiros e estrangeiros um recorte da produção do nosso escritório, o 7S34W, que melhor represente o que há de mais expressivo na nossa cultura arquitetônica.

Um recorte da produção de Oliveira Júnior - 7S34W Studio

Casa AM

Memorial do Lixo

Casa MP

Planetário no Acre

Casa de Festas

Casa CG



Nota
1. Oliveira Júnior é arquiteto e urbanista graduado pela Universidade Federal da Paraíba e mestre em Engenharia Urbana pela mesma instituição. Professor do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de João Pessoa – Unipê nas disciplinas de projeto arquitetônico e desenho urbano. Sócio do escritório 7S34W Studio onde desenvolve projetos de arquitetura e de desenho urbano. Premiado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento da Paraíba em 1997, 2002 e 2009. Em 2003, venceu o concurso para o Museu do Lixo organizado pela Prefeitura Municipal de João Pessoa. Ano passado, obteve o prêmio ABCEM 2010 outorgado pela Associação Brasileira da Construção Metálica. Tem diversos trabalhos publicados em periódicos especializados nacionais e internacionais. Em 2010, foi selecionado com outros dois escritórios brasileiros para uma exposição de jovens arquitetos em Dejeon, Coréia do Sul. 

Breve retrospectiva e esclarecimentos sobre o CAU-BR

MANIFESTAÇÃO DA CÂMARA DE ARQUITETURA
Esclarecimentos referentes à Lei do CAU e à atual situação do CREA-RS
Sessão Plenária Ordinária Nº 1.689
18 de março de 2011



Sr. Presidente,
Caros colegas conselheiros,
A Câmara de Arquitetura do CREA-RS, em nome dos arquitetos gaúchos, agradece a oportunidade de realizar esta manifestação ao plenário do CREA-RS com o objetivo de esclarecer diversas questões referentes à criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo pela Lei Federal 12.378/2010, sancionada pelo então presidente Lula, em 31 de dezembro passado.
Inicialmente, queremos registrar a postura do presidente eng. civil Luiz Alcides Capoani que, mesmo não sendo favorável ao CAU, sempre tratou esta questão com respeito e com a responsabilidade que seu cargo exige. Porém, recentemente tem realizado manifestações, publicadas na Revista do CREA-RS, que não condizem com a realidade dos fatos e tem insistido em atribuir aos arquitetos e ao CAU muitos problemas que são estruturais do Sistema.
Esta postura não é construtiva e pode gerar um ambiente desfavorável à transição e, principalmente, podem causar desnecessário desconforto entre as diversas categorias profissionais abrigadas neste conselho.
A luta dos arquitetos pelo seu conselho próprio tem origem em 1958, antes ainda da Lei 5194. Recentemente, o ano de 1998 é o ponto de partida para uma nova tentativa, quando as cinco entidades nacionais dos arquitetos constituíram-se em Colégio Brasileiro de Arquitetos e passaram a atuar em conjunto: Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas – FNA, a Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo – ABEA; a Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas – ABAP; a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura – ASBEA e o Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB.
Após um longo período de discussões, o Colégio Brasileiro de Arquitetos concluiu, em 2002, um anteprojeto de lei que foi encaminhado para o Congresso Nacional em 2003 e apresentado pelo Senador José Sarney. O Projeto de Lei 4747 foi aprovado no Senado, foi encaminhado à Câmara onde sofreu alterações, que obrigaram a uma nova aprovação no Senado, que se deu em 2007. Em dezembro deste mesmo ano, o presidente Lula veta o projeto, alegando que a iniciativa de tal matéria – criação de conselho profissional – é inconstitucional por ser de competência exclusiva do Executivo e não do Legislativo. Porém, em seu texto de justificativa de veto reconhece o mérito e a necessidade de criação do CAU, e determina à Casa Civil da Presidência da República a redação de um novo PL com o mesmo teor para reenvio ao Congresso.
O novo Projeto de Lei criando o CAU foi enviado ao Congresso em dezembro de 2008, mesmo ano em que o próprio Confea realizou pesquisa que apontou que 74,1% dos arquitetos brasileiros eram favoráveis á criação do CAU. Durante dois anos o PL 4413 tramitou em 3 Comissões da Câmara Federal, sendo aprovado em todas elas por unanimidade ou, no máximo, com um voto contrário. Foram realizadas diversas audiências públicas oficiais do Congresso, reuniões e seminários de discussão em todo o Brasil, patrocinadas pelas entidades nacionais e por associações locais de arquitetos. Após a aprovação na Câmara, o PL seguiu para o Senado que, por tratar-se de matéria conhecida, também aprovou por unanimidade. Finalmente, e como um de seus últimos atos como Presidente da República, em 31 de dezembro de 2010, o presidente Lula sanciona a “Lei Nº 12.378, que Regulamenta o exercício da Arquitetura e Urbanismo; cria o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil - CAU/BR e os Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do Distrito Federal - CAUs; e dá outras providências”.
Portanto, quando os atuais dirigentes do Sistema, inclusive, recentemente, e infelizmente, nosso presidente, afirmam que esta Lei foi “aprovada da noite para o dia”, estão, em realidade, procurando justificar a atitude do Confea e dos CREAs que, durante todos estes anos, negaram-se a discutir a real possibilidade de saída dos arquitetos para simplesmente colocarem-se contra e, até mesmo, quando convidados à participação e manifestação pela própria Casa Civil, como ocorreu em 2008, sempre preferiram adotar posição unilateral contrária ao PL e ao diálogo, escolhendo deliberadamente o caminho da indiferença e do boicote ao processo.
Por outro lado, nossa manifestação é explícita no sentido de deixar claro que os problemas atuais do CREA são de total responsabilidade do próprio sistema. A tentativa de atribuir aos arquitetos e à nova Lei os supostos “graves resultados negativos” que o CREA sofrerá em curto prazo apenas refletem, inequivocamente, a falta de planejamento do sistema para esta possibilidade. O Sistema hoje está voltado para si mesmo, defende a si mesmo muito antes de defender as profissões do chamado “setor tecnológico” e mesmo a sociedade.
Esperamos que, em breve, esta “crise” atribuída à criação do CAU seja identificada como o ponto de inflexão do atual Sistema rumo a sua modernização e atualização, à requalificação de sua vinculação com o mundo profissional, ao enxugamento de sua máquina administrativa, à racionalidade operacional para concentrar-se nos objetivos principais, que são a fiscalização do exercício profissional e a defesa da sociedade. Constatamos gratificados, pelas últimas pautas do Conselho Federal, que tais discussões já estão ocorrendo, e que o próprio presidente do Confea, eng. Civil Marcos Túlio de Melo, antes soberbo em suas convicções, tem manifestado que o Sistema deve espelhar-se no exemplo dos arquitetos.
Após tantos anos de discussão, a Lei do CAU apresenta muitos avanços para o Conselho de Arquitetura e Urbanismo se comparados com a nossa atual condição.
A escolha dos conselheiros do CAU, nacional e nos regionais, será por eleição direta com voto obrigatório de todos os profissionais, sendo que o CAU será realmente federativo, visto que contará com um representante eleito por cada unidade da federação. No nosso atual Sistema o voto é facultativo, as votações são inexpressivas, e os arquitetos contam com apenas 4 Conselheiros Federais.
Os valores de anuidades e as taxas de Registro de Responsabilidade Técnica (RRT) estão adequadamente descritas e registradas em Lei. Nosso CREA sofre com ações volumosas de reembolso de anuidades e taxas cobradas, reconhecimento, de forma ilegal.
As atribuições profissionais, atividades e campos de atuação dos arquitetos a partir da implantação do CAU serão EXATAMENTE as mesmas de hoje. O Art. 2º da Lei 12.378/2010 é uma transcrição direta do Anexo da Resolução 1.010/2005 do CONFEA. A diferença, que hoje é alvo de discussão no Sistema, é que os arquitetos agora têm suas atribuições registradas em texto de Lei.
Por outro lado, o artigo que determinava a divisão do patrimônio do atual Sistema foi vetado pelo então Presidente Lula. Como uma parcela importante deste patrimônio foi construída pelos arquitetos como parte do Sistema, segue a nossa ação no Congresso pela derrubada deste veto.
Muito, também, sempre se especulou sobre a sustentabilidade do Conselho de Arquitetura e Urbanismo, o que felizmente está superado diante da realidade do volume de recursos de origem exclusiva dos arquitetos que ora vem sendo depositados em contas específicas nos CREAs. Para surpresa de alguns, hoje, a discussão está centrada na sustentabilidade financeira, e mesmo política, do atual Sistema.
A Lei determina que, até a posse do Presidente e dos Conselheiros do CAU/BR, apenas os artigos 56 e 57 estão em vigor. Estes artigos fazem referência ao período de eleição e transição que está sendo gerenciado pelas Câmaras de Arquitetura com a participação das entidades nacionais. Até que entrem os demais artigos em vigor estaremos aqui no CREA, dando prosseguimento às tarefas cotidianas deste conselho e trabalhando com muito afinco na organização do CAU, preparando a primeira eleição, elaborando regimentos e normativas, reunindo dados e documentos. Em 2011, portanto, ainda somos parte do Sistema, o que não deveria ser visto como novidade, considerando o tempo em que projeto de lei esteve em discussão, oportunizando seu conhecimento e sujeito à manifestação por todas as partes.
É preciso que se destaque que, para que os arquitetos obtenham o resultado necessário frente ao empreendimento que têm pela frente para instalar o CAU no prazo que lhes é concedido, os procedimentos legais e operacionais necessários ao cumprimento dos referidos artigos da Lei, em vigor, devem ser imediatamente colocados em prática.
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo é uma autarquia federal com finalidades claras e aprovado em Lei Federal. Não é uma entidade de arquitetos. Não representa independência profissional. O CAU representa autonomia na fiscalização e na gestão plena de todos os assuntos relativos ao exercício da profissão do Arquiteto e Urbanista.
Nossas profissões, ali fora no mercado de trabalho, seguirão unidas e parceiras. Arquitetos e engenheiros civis, eletricistas, mecânicos, etc., seguirão sendo parceiros profissionais, sócios, colaboradores, co-responsáveis por projetos e obras nas áreas de suas competências e atribuições e seguirão trabalhando juntos no desenvolvimento das cidades e da sociedade. Apenas teremos conselhos profissionais diferentes, assim como acontece na área da saúde com médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos em saúde, que trabalham em conjunto, mas com conselhos profissionais independentes.
Assim como hoje cabe aos Arquitetos e Urbanistas a materialização do seu Conselho Profissional, cabe aos senhores a responsabilidade de adaptar-se aos desafios de fiscalizar as profissões da área tecnológica considerando os paradigmas já colocados pela nossa saída, mas, em especial, os gerados pelo próprio modelo estabelecido pelo atual Sistema.
Não há como prever se os arquitetos terão resultado positivo imediato à instalação do CAU. O nosso CREA-RS tem 76 anos, ou seja, não se constrói um Conselho de uma hora para outra. A Lei aprovada, no entanto, concede aos arquitetos o instrumento básico necessário para que estes construam o seu conselho de forma a atender às expectativas almejadas por tantos anos de lutas e que o resultado de tudo isso, efetivamente, retorne na forma de mais reconhecimento e valorização da Arquitetura por parte da sociedade.
O CAU não admite mais conjecturas. Agora é Lei e a lei deve ser cumprida.
Solicitamos que esta manifestação seja registrada, na íntegra, na ata desta sessão plenária.
Muito obrigado!
CEARQ-RS – 18 de março de 2011

quarta-feira, 23 de março de 2011

Discutindo o futuro dos espaços urbanos no Recife

O arqDEBATES, evento organizado pelo diretório acadêmico do curso de Arquitetura e Urbanismo (UFPE), coloca em discussão no dia 23 de março as mudanças nos espaços urbanos urbanos do Recife que estão em processo de andamento com promessas de mudar e requalificar alguns ambientes públicos.



 Na sessão do arqDEBATES o arquiteto Zeca Brandão, coordenador do Núcleo Técnico de Operações Urbanas (NTOU), apresentará o projeto Porto Novo que prevê a reforma e novo uso de seis armazéns localizados na área não operacional do Porto do Recife. Além da recuperação dos armazéns haverá a urbanização de todo o entorno, possibilitando a integração e o acesso à área do porto.  Já Milton Botler, presidente do Instituto da Cidade, fará uma apresentação sobre o projeto de Requalificação do Centro que pretende retomar o papel referencial de comércio, serviço e moradia do centro. Para que isto seja possível, estão sendo realizadas uma série de ações estruturadoras e de suporte que contaram com a participação da população e instituições de naturezas diversas.
A intenção da sessão não é apenas de uma audição passiva sobre as operações urbanas no Recife, mas de mobilizar o público presente a participar das discussões nas mudanças de configurações espaciais na cidade. Cada convidado fará uma apresentação com os principais projetos e em seguida será aberto o debate com a platéia.
O evento tem início às 19h no mini auditório do Centro de Artes e Comunicação (UFPE). É aberto a todos os interessados.

Zeca Brandão
Arquiteto formado pela FAU Bennett do Rio de Janeiro, em 1980. Realizou mestrado em Housing Studies na Architectural Association School of London (AA School), de 1987 à 1988, e doutorado em Urban Design na mesma escola, no período de 1999 à 2004.Professor adjunto da Universidade Federal de Pernambuco, onde coordena o Laboratório de Arquitetura e Desenho Urbano (LADU), do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Urbano (MDU). Atualmente é Secretário Executivo de Planejamento do Estado de Pernambuco e coordenador do Núcleo Técnico de Operações Urbanas (NTOU).

Milton Botler
Arquiteto e urbanista, mestre em desenvolvimento urbano pela Universidade Federal de Pernambuco, lecionou arquitetura e urbanismo nas faculdades Esuda e FAUPE. Dentre as funções públicas que exerceu, foi gerente de projetos no Arquipélago de Fernando de Noronha, Diretor de Patrimônio Histórico no Estado de Pernambuco, Diretor de Programas Especiais na URB-Recife e Coordenador do Programa Nacional de Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais do Ministério das Cidades. Hoje preside o Instituto da Cidade - Engenheiro Pelópidas Silveira, órgão municipal voltado ao desenvolvimento dos planos e projetos urbanos decorrentes do Plano Diretor e ao planejamento estratégico da cidade.

arqDEBATES
Dia 23/03 - 19h
- Projeto Porto Novo
Zeca Brandão (NTOU + UFPE)
- Requalificação do Centro
Milton Botler (Instituto Pelópidas da Silveira)

Mini auditório 2 - CAC - UFPE
Acesso Livre

terça-feira, 22 de março de 2011

Aeroportos não atenderão demanda em 2014


As obras de ampliação dos aeroportos não serão suficientes para suprir a demanda de passageiros na Copa do Mundo de 2014, segundo estudo coordenado pelo professor Elton Fernandes, do Programa de Engenharia de Produção da Coppe/UFRJ.
Dos 16 aeroportos instalados nas 12 sedes do Mundial, apenas os de Brasília, Fortaleza, Manaus e o Galeão-RJ têm ou terão infraestrutura para atender ao aumento crescente de passageiros - a demanda pode dobrar nos próximos sete anos.

O estudo se baseou em padrões internacionais que pedem um mínimo de 23 metros quadrados por passageiro doméstico no horário de pico e mais 14 metros quadrados por passageiros internacionais. A conclusão: mesmo com obras, haverá uma carência total de 366 mil metros quadrados para atender à demanda de 2014.
O estudo prevê que, nos 16 aeroportos, a quantidade anual de passageiros salte dos 127,72 milhões registrados em 2010 para 187,48 milhões em 2014 - números bem superiores em relação aos levados em conta no planejamento das obras de expansão dos terminais.
A expectativa é de que a movimentação adicional nos aeroportos durante a Copa chegue a 3 milhões de passageiros. A carência de 366 mil metros quadrados calculada pelo estudo independe deste número, já que os aeroportos estarão operando em seus limites antes mesmo do evento esportivo.
"Quando um copo está quase transbordando, qualquer gotinha a mais causa problemas", diz Elton Fernandes, coordenador do estudo.

Fonte: Terra

quinta-feira, 17 de março de 2011

Fórum Jovens Arquitetos Latino-Americanos

Apresentação

Tendo em vista que a maioria das publicações que se encontra é sobre arquitetos já renomados e que atuam em realidades sócio-econômicas bastante distintas da nossa, nem sempre é possível ver em suas práticas algo passível de aplicação à nossa atividade cotidiana.
Ao mesmo tempo, a procura de uma identidade para a arquitetura latino-americana vem sendo questionada, visto que, no atual mundo globalizado, torna-se difícil estabelecer elementos regionais que possam unir, em um estilo latino-americano, a arquitetura de seus diversos países. Não há dúvidas, no entanto de que questões políticas, sociais e econômicas acabam por aproximar a produção arquitetônica desses países.
Nos últimos anos, desenvolve-se na América Latina uma produção arquitetônica de valor, através de sua nova geração de arquitetos. Geração essa que vêm provando que, em meio à escassez de recursos e de tecnologias muito avançadas, é possível fazer uma boa arquitetura.
Assim, pareceu adequado explorar como esses arquitetos, inseridos em contextos similares, vêm respondendo de forma inovadora às questões contemporâneas, propondo novas maneiras de se pensar e fazer arquitetura, gerando novas formas de se viver as cidades, de se relacionar com os espaços e de se utilizar novos materiais e técnicas construtivas de forma mais racional, econômica e criativa. Mais do que quais são as novas respostas que esses arquitetos estão dando, interessa-nos saber quais são as perguntas que eles identificam como importantes e buscam responder através da arquitetura.

Palestrantes Confirmados


SEBASTIÁN IRARRÁZAVAL (Chile)
http://www.sebastianirarrazaval.com/




Nascido em Santiago, no Chile, em 1967 recebe o grau de Arquiteto pela Pontifícia Universidade Católica do Chile em 1991. Em 1993 recebe uma bolsa de estudos do Conselho Britânico para pós-graduação em Urbanismo na Architectural Association de Londres. Em 1999 recebe o prêmio AOA (Escritórios de Arquitetura Association) para os mais notáveis jovens arquitetos. Ensina ateliê de design na Faculdade de Arquitetura da Pontifícia Universidade Católica do Chile desde 1994. Ensinou na Universidade de Arizona, Universidade Central de Caracas e do Massachusetts Institute of Technology, em Boston. Tem participado em Bienais de Arquitetura de Santiago, México e Veneza e expôs seus trabalhos na UIA em Barcelona.
Colabora com revistas especializadas e jornais e publicou seu trabalho no Chile e no exterior. Recentemente, Irarrazával participou da exposição "Jovens Arquitetos lbero-americanos” na Universidade de Harvard e da
"Espaço Contemporâneo, no Chile", exposição organizada pela União dos Arquitetos Catalães em Barcelona e na Bienal de Veneza.


AL BORDE (Equador)

http://www.albordearq.com/



AL BORDE é um grupo formado por David Barragan e Pascual Gangotena com a intenção de pesquisar estratégias arquitetônicas construtivas, otimizando os recursos materiais. Seus trabalhos desenvolvem-se em uma perspectiva sustentável, buscando alcançar um equilíbrio entre uma vertente econômica, social e ambiental. Pesquisas que levaram a colaboração interdisciplinar junto a músicos, artistas, atores, designers, publicitários, etc.
David Barragan - Arquiteto formado pela Universidad Católica Del Ecuador, 2005. Professor da Faculdade de Desenho e Artes da Universidad Católica Del Ecuador, desde 2007 e da Facultad de Arquitectura da Universidad Internacional Del Ecuador, desde março de 2009
Pascual Gangotena - Arquiteto formado pela Universidad Católica Del Ecuador em 2006. Professor da Faculdade de Desenho e Artes da Universidad Católica Del Ecuador, desde 2008 e da Facultad de Arquitectura da Universidad Internacional Del Ecuador, desde março de 2009.
Prêmio pelo projeto CASA ENTRE MUROS, 20+10+X ARCHITECTURE AWARD, TERCER CICLO 2009 - WORLD ARCHITECTURE COMMUNITY.

ADAMO-FAIDEN (Argentina)http://www.adamo-faiden.com.ar/


Sebastian Adamo e Marcelo Faiden são arquitetos formados pela Faculdade de Arquitetura Desenho e Urbanismo da Universidade de Buenos Aires e doutorandos na Escola Técnica Superior de Arquitetura de Barcelona. Desde o ano de 2005 trabalham associados desempenhando simultaneamente o papel professores de projeto da Universidade de Buenos Aires. Expuseram sua obra no museu Guggenheim de Nova Iorque e na Bienal de Arquitetura de Veneza. Seus trabalhos foram publicados em um livro monográfico editado pela Pontífica Universidade Católica do Chile e premiados com a medalha de ouro da XII Bienal Internacional de Arquitetura de Buenos Aires.



Somos um estúdio de arquitetura com base em Montividéu estabelecendo nossa prática desde a atuação acadêmica e profissional. Duas frentes diversas e complementares que geram, retro-alimentam e moldam nossa produção. Questionamos, questionamos o corpa da disciplina, questionamos a nós mesmos como produtores. Arriscamos, às vezes mais do que a conta, cegos pela emoção do projeto. Meditamos as decisões, até chegar a um resultado impecável. Queremos fazer o que fazemos. Detestamos o que fazemos. Somos voluptuosos. Somos austeros. Somos otimistas.
Equipe formada por Matías Carballal, Andrés Gobba, Maurício López e Alvaro Mendes. Vencedores do concurso para a construção da sede do CREA – PB 2010, do concurso Conaprole 2008, e do concurso do Edifício Delamar.



Plan b é um escritório de arquitetura que define o trabalho através de uma prática em que o estatuto de igualdade é dada ao diálogo, desenho, viagens, layout, construção, etc e que são tratadas de forma contínua, profissional ou acadêmica situações, publicação de livros, aulas na faculdade ou construção de imóveis. Plan b confia no trabalho colaborativo, para fazer dela uma declaração sobre a arquitetura e compreende a prática e o projeto arquitetônico como situações em aberto, acordos provisórios, fenômenos não impostos embutidos em redes eco-sociais, seja local ou mundial.
Desde 2000 a 2005, este grupo de trabalho foi liderado pelos arquitetos Felipe Mesa e Alejandro Bernal, de 2006 até 2010 foi liderado por Felipe Mesa, e é atualmente liderada por Felipe Mesa, em parceria com Federico Mesa.
O  trabalho do Plan b é gerado principalmente através da participação em concursos de arquitectura, e a colaboração com outros profissionais nos projetos é constante e diversificada. Ao longo dos anos de trabalho foi compartilhado com pessoas como Miguel Mesa (Mesa Publishers), Juan David Diez (Taller Standard), Federico Mesa, Camilo Restrepo, Giancarlo Mazzanti, Felipe Uribe, Ana Elvira Velez, Izaskun Chinchilla e Hernando Barragan Maria José Sanin.



Studio Paralelo é um escritório de arquitetura com sede em Porto Alegre. Desde sua fundação em 2002, o Studio aposta na idéia de grupo e no que isto significa - complemento, variedade, idéias, precisão, pesquisa, personalização. Trabalham em parceria com arquitetos e outros profissionais buscando responder as demandas contemporâneas de viver e trabalhar sem discriminar escala ou programa, pois acreditam que uma boa arquitetura e comunicação visual podem tornar as nossas cidades mais interessantes
Primeiro prêmio no concurso para Sede da Inspetoria do CREA-PB em Campina Grande em 2010. Primeiro Prêmio no Concurso Nacional para a Sede da Conaprole. Montivideu, Uruguai – 2008, dentre outros.



Nascido em 3 de Outubro de 1980, em São Paulo, Brasil. Formado em Arquitetura pela FAU-Mackenzie SP, em Dezembro de 2004. Recebeu o Prêmio com o projeto Box House na Premiação IAB-SP 2008. Recém formado, recebeu o Prêmio Telésforo Cristófani em janeiro de 2005, com o projeto Memorial Heróis da Resistência. Colaborou com o escritório Esparq de 2001 a 2003, Hector Vigliecca & Associados 2003 a 2004, Carlos Bratke 2005 a 2006, Aflalo e Gasperini 2006 a 2009.



Arquitetos Associados é um escritório de arquitetura e urbanismo sediado em Belo Horizonte, Minas Gerais. Desenvolvido em paralelo à prática docente, o trabalho do escritório lida com uma extensa variedade de escalas e programas, da moradia individual a edifícios públicos e espaços urbanos. A participação intensa em concursos públicos de arquitetura permite à equipe a pesquisa arquitetônica em situações complexas quanto ao programa, ao sítio e às técnicas construtivas, associada à reconsideração da construção vernacular em edificações de pequena escala.
Receberam vários prêmios, dentre eles foram vencedores do 9º Prêmio Jovens Arquitetos de 2009, do IAB, na categoria Melhor Obra Concluída pelo projeto Centro Educativo Burle Marx em Inhotim, e finalistas do Prêmio Melhor da Arquitetura 2009, da revistas Arquitetura e Construção, na categoria Intervenção Urbana, pelo projeto Praça da Pampulha.

ÁLVARO PUNTONIhttp://gruposp.arq.br/


Formado pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo (FAUUSP), 1987. Mestrado (1999) e doutorado (2005) pela FAUUSP. Professor de Projeto desde 1990. Atualmente leciona na Universidade Anhembi Morumbi (desde 1997), FAUUSP (desde 2002) e na Escola da Cidade (desde 2002) da qual é sócio fundador e Coordenador do Conselho Pedagógico. Professor convidado no Curso de Pós Graduação da FAU-Mackenzie e do Taller Sudamerica da FADU-UBA. Formou o escritório Arquitetura Paulista com Ângelo Bucci e Álvaro Razuk de 1987 até 1992. Com Ângelo Bucci trabalhou ainda de 1992 até 1996 e depois de 2002 ate 2004 no SPBR Arquitetos. Desde 2004 participa do gruposp.

OLIVEIRA JÚNIORhttp://www.7s34w.com


Oliveira Júnior é arquiteto e urbanista pela Universidade Federal da Paraíba e mestre em Engenharia Urbana pela mesma instituição. Professor do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de João Pessoa – Unipê nas disciplinas de projeto arquitetônico e desenho urbano. Líder do escritório 7S34W Studio onde desenvolve projetos de arquitetura e de desenho urbano. Premiado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento da Paraíba em 1997, 2002 e 2009. Em 2003 venceu o concurso para o Museu do Lixo organizado pela Prefeitura Municipal de João Pessoa. Ano passado obteve o prêmio ABCEM 2010 outorgado pela Associação Brasileira da Construção Metálica. Tem diversos trabalhos publicados em periódicos especializados nacionais e internacionais. Em 2010 foi selecionado com outros dois escritórios brasileiros para uma exposição de jovens arquitetos em Dejeon, Coréia do Sul.

RUA ARQUITETOShttp://www.rualab.com


A RUA surge da associação de Pedro Évora e Pedro Rivera. A principal atividade do escritório sediado no Rio de Janeiro é a criação de novos usos para o patrimônio histórico. A equipe requalifica sobrados do século 19 na região portuária da cidade para lá acomodar o Studio-X - laboratórios da Columbia University distribuídos pelo mundo que fazem pesquisa avançada sobre o futuro do ambiente construído - de cuja filial carioca Rivera é diretor.
Pedro Évora graduou-se na FAU-UFRJ em 2003, foi professor na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ entre 2007 e 2009. Atualmente desenvolve pesquisa em arquiteturas temporárias pelo PROURB.
Pedro Rivera graduou-se em 1997 na FAU-UFRJ, tem mestrado em urbanismo no PROURB e foi professor da Universidade Estácio de Sá entre 2005 e 2009. Atualmente é professor da PUC-Rio e diretor do Studio-X Rio / GSAPP Columbia University.


Inscrições

REGULAMENTO


A inscrição já está disponível e deverá ser efetuada via depósito bancário individual. Preencha a ficha de inscrição no site e faça o depósito na conta especificada abaixo e envie o comprovante de depósito.


Banco Santander
Agência: 3508
Conta Corrente: 013002542-9 

Observação: 1 - O valor de depósito deverá obedecer aos valores descritos na tabela de preços.
2 - O desconto cedido aos filiados ao IAB deverão ser comprovados por envio de comprovante de quitação da anuidade do IAB.  Caso contrário, o participante deverá pagar o valor integral da inscrição.



VALORES DE INSCRIÇÕES
Categorias Até 29.04 Até 31.05 No local do evento
Estudante R$ 190,00 R$ 220,00 R$ 250,00
Estudante Filiado ao IAB R$ 148,00 R$ 178,00 R$ 208,00
Profissional R$ 380,00 R$ 440,00 R$ 500,00
Profissional Filiado ao IAB R$ 296,00 R$ 356,00 R$ 416,00


Maiores informações: www.fjal.com.br

Arquitetura & realidade

DO LUXO AO LIXO
(o lixo nosso de cada dia)
José Wolf

Acabou a folia. E, agora, José, perguntaria o poeta Carlos Drummond de Andrade. Do luxo das fantasias e alegorias das Escolas de Samba, restou, na realidade, só o lixo, que invadiu ruas, esquinas e calçadas das grandes cidades, como São Paulo, concorrendo com as bitucas de cigarro e as gomas de chicletes jogados fora.



E por falar nisso:
*
Lixo? Apesar de não sair vencedor da 83ª edição do Oscar, neste ano, o documentário “Lixo extraordinário”, cooprodução cinematográfica brasileira e inglesa, colocou em pauta um problema que começa a despertar, cada vez mais, a consciência da sociedade e da opinião pública: o do lixo.



Seja o lixo urbano, hospitalar, residencial, plástico, orgânico (sem falar do lixo mental), seja o lixo eletrônico,
dos chips, das pilhas, válvulas, dos celulares etc., constitui um assunto ou tema emergente num momento, no qual se amplia o debate sobre meio ambiente, a sustentabilidade e preservação do planeta, despertando a atenção da mídia para questões que poucas vezes foram diagnósticadas pela Arquitetura.
Até a campanha de Fraternidade da Conferência dos Bispos do Brasil se engajou, este ano, em defesa da preservação do planeta.



Lixo? De acordo com o Dicionário Aurélio: aquilo que se varre da casa, do jardim, da rua, que se joga fora. E, no sentido simbólico, algo inútil, desprezível, sem valor, despretigiado, algo com prazo de validade vencido.
Contrariando o Dicionário, o lixo tem sido fonte e matéria-prima para a sobrevivêmcia e o ganha-pão de muitos catadores de lixo anônimos, com os quais nos cruzamos todos os dias, arrastando suas carroças repletas de dejetos descartáveis. A propósito, poderia ser até tema do enredo de alguma Escola de Samba.

Mas, em relação à Arquitetura, o que representa o lixo?
“Ao elaborar algum projeto, defrontamos, sem dúvida com o desafio da lixeira”, concorda o prestigiado
arquiteto Marco Antonio Borsoi. Como solucioná-lo?, eis a questão. Antigamente, eram as obsoletas lixeiras
coletivas, substituídas, agora, em muitos edifícios e condomínios por cestos plásticos, recolhidos à noite por
funcionários e depois por caminhões da Prefeitura. No Japão, por exemplo, cada cidadão é responsável pelo lixo que produz. País, por sinal, que foi vítima de um terrível terremoto e de um tsunami devastador, além do vazamento radioativo de usinas nucleares, que colocou o mundo em estado de alerta sobre as fontes de energia.

Lixo? Para o arq. Mario S. Pini, fundador da revista AU, numa visão mais ampla, o lixo urbano é um problema que tem a ver mais com o planejamento urbano do que com a Arquitetura. 

“Sem dúvida, é um problema real, que muitas vezes, concordo, foi esquecido pelos arquitetos”, admite Fernando Serapião, ex-editor da revista Projeto e atual editor da revista “Monolito”.

A multiprofissional Betânia Sampaio, ex-estagiária do escritório Gasperini, em São Paulo, e atual designer de grifes de bijuterias famosas, desmistifica a questão da sustentatibilidade tão decantada pelas revistas especializadas. “ Não uso isso como bandeira ou rótulo de meu trabalho – ressalta, ao reconhecer – que há uma nova consciência sobre o lixo que prodizimos E sobre o qual, precisamos repensar”

Recentemente, o jornal “Agora” publicou uma reportagem instigante sobre o desperdício que podemos detectar nos lixos e aterros sanitários das grandes cidades: são garrafas, vidros, metais, madeira, aparelhos eletrônicos, pedras, móveis, azulejo, pias, torneiras, geladeiras, computadores, que poderiam ser reciclados e
reaproveitos em novas construções.

A exemplo do que vêm fazendo cooperativas de moradores da periferia e subúrbios de várias cidades, com a orientação, inclusive, de arquitetos anônimos ou consagrados. Um bom exemplo dessa experiência já foi sinalizada, nos anos 80, pelo arq. Izaak Vaidergorn, ex-professor da Unicamp (Campinas/SP). Ao construir sua casa nos arredores da cidade, utilizou-se basicamente de material de demolição e entulho, que catava pelas ruas e caçambas. Entre tantos, portas, janelas, esquadrias, móveis, madeira, azulejo etc. Que, a seguir, completava, com outros materiais que estavam faltando.

“Por que não transformar o lixo em luxo?”, pergunta a empresária Maria Isabel, que decidiu investir no segmento de produtos descartáveis e degradáveis etc.

As imagens, que vimos na TV, da destruição e do lixo causados pelo tsunami, no Japão, nos causaram, porém, profunda sensação de fragilidade de tudo, inclusive, das construções.`



"Na trama do filme Wall-E da Disney-Pixar os terráqueos embarcam numa viagem espacial sem prazo de retorno.  Deixam para trás um planeta consumido e descartado. Entulhado de lixo e com o meio ambiente totalmente degradado, a única forma de vida no planeta Terra que sobreviveu ao caos da poluição foi uma barata. Wall-E é um filme voltado ao público infanto juvenil e que dá um soco na cara de uma sociedade que precisa sair do estado de coma e retomar os rumos do destino das cidades em suas próprias mão." (Oliveira Jr)



Se você internauta, enfim, tiver alguma idéia sobre o assunto em questão, envie seu e-mail com alguma sugestão e proposta.


José Wolf é jornalista, ex-editor da Revista AU e edita o boletim do IAB-SP.