domingo, 13 de abril de 2008

Viagem à Brasília

Visita ao Complexo Cultural da República
Oliveira Júnior ¹



Vista panorâmica do Eixo Monumental a partir do mirante da Torre da TV.
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Biblioteca Nacional.
. Museu Nacional em primeiro plano e a Catedral em segundo.
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Rampa de acesso ao salão do Museu.
.Vista da Biblioteca a partir da rampa de acesso do Museu.
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Hall de acesso ao Museu.
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Rampa interna de acesso ao mezanino. .Iluminação embutida faz a marcação do piso junto a base da cúpula.

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Croquis permeiam toda a exposição.
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Sinuosidade do mezanino atirantado à cúpula remete ao Pavilhão Ciccillo Matarazzo no Ibirapuera. .Dorso da "cortina" curva do hall de entrada recebe desenhos de niemeyer. .
Iluminação indireta é feita por uma super luminária pendente.
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Painel exibe a retrospectiva cronológica da trajetória de Niemeyer.
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Vista do Salão de Exposições a partir do mezanino. .
Vendedor ambulante refugia-se do calor na sombra projetada pela rampa externa.
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Na minha última visita a capital federal, entre o final de março e a primeira semana de abril deste ano, aproveitei a oportunidade para conhecer uma das mais recentes obras de Niemeyer – O Complexo Cultural Honestino Guimarâes.
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Observando o Eixo Monumental do alto dos 75 metros de altura do mirante da Torre de TV já é possível perceber claramente, na perspectiva geral do conjunto, que o Museu Nacional, devido sua enorme escala e proximidade, causa interferência visual sobre a delicada Catedral de Brasília.
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Aproximando-se do Complexo Cultural e caminhando da Biblioteca em direção ao Museu, não há como deixar de resgatar as reflexões do editor da Revista Projeto, Fernando Serapião, quando relata que “a simplicidade tomou o lugar da leveza. A escala e a pureza do novo edifício contrastam com a singeleza e a elaboração estrutural da catedral, situada a seu lado. A cúpula afeta parcialmente a leitura serena do templo católico, que já estava implantado em posição secundária no Eixo Monumental”.
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Se o invólucro dos edifícios não provoca a mesma emoção que as outras obras do arquiteto, como os Palácios do Plano Piloto, o interior do Museu, o único que visitei, mantém o mesmo sabor da arquitetura que fez de Niemeyer um dos maiores gênios vivos da humanidade.
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O acesso principal é criado através do recuo de uma “cortina” curva em concreto, que anuncia o tema da exposição , onde o dorso recebe desenhos do próprio Niemeyer. Sem dúvida os croquis do arquiteto são um show a parte e permeiam toda a exposição dedicada ao mestre.
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O mezanino sinuoso remete ao Pavilhão Ciccillo Matarazzo no Ibirapuera. A laje atirantada à casca em concreto confere uma magnífica leveza as curvas que suavemente serpenteiam o espaço.
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O detalhe da iluminação acompanhando a forma do piso cria um efeito espetacular, contudo gera um certo ofuscamento e pode ser tecnicamente questionada quanto a função que lhe é atribuída. Uma gigantesca luminária pendente, localizada no centro do Museu, emite a luz branca que rebate no teto e ilumina o salão de forma indireta.
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Minha visita não estaria completa, nem minha curiosidade saciada, se não fizesse o percurso da intrigante rampa que saca externamente em direção ao Eixo Monumental e volta em arco em direção a outro nível do Museu. Para minha perplexidade funcionalista a rampa também conduz o salão de exposições ao mezanino, papel já exercido por outra rampa interna.
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Sob um sol intenso aquele percurso me pareceu desnecessário. Mas observando o entorno árido, típico das intervenções de Niemeyer, percebi que pelas suas dimensões a rampa é um dos poucos detalhes que projetam uma sombra no local, sendo prontamente apropriada pela inteligência popular dos vendedores ambulantes.

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Nota
1. Oliveira Júnior é arquiteto formado pela UFPB e professor do curso de arquitetura do Unipê.
Fotos: Oliveira Júnior e Viviane Marques

2 comentários:

  1. Olá, Oliveira. Tudo bem?
    Sou estudante de Jornalismo da UnB e sou editora de cultura do jornal-laboratório Campus Online http://fac.unb.br/campusonline. Preciso de uma foto da Biblioteca Nacional para ilustrar uma matéria e gostei muito dessa vista da rampa do Museu. Será que você autorizaria o uso da imagem? Será devidamente creditada. Meu e-mail é maribrcosta@gmail.com
    Abraço

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  2. Mariana,
    Citando a fonte e o crédito da foto, fique a vontade para publicar as fotos que precisar.
    Obrigado pela visita.
    Recomende-nos!

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