terça-feira, 24 de novembro de 2009

CDHU e IAB-SP lançarão concurso de arquitetura para habitação popular

Imóveis deverão seguir o conceito de sustentabilidade adotado pela CDHU, que inclui o Desenho Universal, espaços amplos e aquecimento solar

Ana Paula Rocha


A CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) e o IAB-SP (Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento São Paulo) assinaram Protocolo de Intenções para a viabilização de um concurso nacional de projetos para modelos de habitação popular sustentável. O lançamento do concurso está pré-agendado para o dia 17 de dezembro, mas a data ainda pode ser alterada.

Os detalhes do concurso não estão finalizados. Sabe-se apenas que entre os objetivos da competição estão o desenvolvimento de projetos modernos de habitação popular a partir do conceito de sustentabilidade adotado pela CDHU, que inclui o Desenho Universal, espaços amplos e bem aproveitados, aquecimento solar e espaços de convivência. "Queremos projetos que também tenham enfoque na questão de custo e técnica", afirma Liane Makowski Almeida, arquiteta coordenadora do concurso.

Segundo Liane, o concurso deve contemplar habitações de diferentes tipologias, como casas térreas, germinadas e sobrados, edifícios de até 4 pavimentos ou acima de 8 pavimentos.

Fonte: www.piniweb.com.br

sábado, 21 de novembro de 2009

XIII ENGEARQ

O presidente da FNA, arquiteto Ângelo Arruda, abrilhanta a abertura do XIII ENGEARQ
Oliveira Júnior¹

Foto: Eng. Orlando Villar (UFPB), Damião Ramos Cavalcante (IPHAEP) e Antonio Francsico (IAB-PB)
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A solenidade de abertura do XIII Encontro de Engenharia e Arquitetura foi prestigiada pelos representantes das principais autoridades públicas do Estado da Paraíba e das entidades profissionais da engenharia e arquitetura.

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Representando o Instituto dos Arquitetos do Brasil - Departamento da Paraíba, o arquiteto Antonio Francisco, lembrou a trajetória do ENGEARQ destacando-o como um dos eventos anuais mais importantes do nordeste, que ainda se mantém perene graças ao trabalho extenuante e a persistência do professor Orlando Villar.


Foto: Arq. Ângelo Arruda, presidente da FNA.
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Após as apresentações formais e a palestra da Caixa sobre os investimentos e a política de habitação social na Paraíba, o arquiteto Ângelo Arruda, presidente da Federação Nacional de Arquitetos - FNA, proferiu uma brilhante palestra.

Arruda organizou uma retrospectiva cronológica sobre a produção formal da habitação social brasileira desde a década de 20 com a criação das vilas operárias, evoluindo nos anos 30 através da proposta do Conjunto Pedregulho, de Reidy,
transformando-se num objeto político populista com Vargas, em 1963, multiplicando-se e estandardizando-se através do BNH em 1964, perdendo seu foco social com a Caixa Econômica Federal em 1986, e ressurgindo através do Ministério das Cidades e da Secretaria Nacional da Habitação em 2003.
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Foto: Auditório atento as colocações de Arruda.
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Algumas iniciativas de valorização da habitação de interesse social, como o Prêmio Caixa, foram questionadas por Arruda devido a ineficácia da sua implementação. Os trabalhos premiados dificilmente são edificados.
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Cita como exemplo o projeto do arquiteto cearense Bruno Melo Braga que foi o vencedor em 2008 na categoria "Habitação Sustentável Multifamiliar em Áreas de Favelas", com o projeto de requalificação da comunidade Verdes Mares, em Fortaleza.
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O arquiteto Ângelo Arruda criticou duramente a qualidade arquitetônica, a impessoalidade e a estandardização do modelo atual de moradia financianda pela Caixa. Instigando a reflexão crítica dos presentes sobre o tema, foi ovacionado pela platéia de arquitetos, engenheiros, técnicos e estudantes.
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O primeiro dia encerrou com a impressão de que o XIII ENGEARQ acertou na escolha do tema e de que os próximos debates serão bastante acalourados.
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1. Oliveira Júnior é arquiteto e professor de arquitetura e urbanismo do Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ.




sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O legado de Acácio Gil Borsoi

"A coerência interna e imutável da criação arquitetônica"

Marco Antonio Borsoi¹


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Tentarei ser os seus olhos. E, também, o seu conhecimento e a sua experiência transmitidos ao longo de afetuoso convívio. A arquitetura como o centro do universo a reivindicar - mesmo desafiando sua tênue condição - seu lugar por excelência na construção do mundo

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Foto: arquiteto Marco Antonio Borsoi

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Um Borsoi conceitual emerge em relatos e lições vividos em meus tempos de faculdade, nos anos 70. Encontrar a coerência interna e imutável da criação arquitetônica, buscar a essência de uma vontade ou força ordenadora, verdadeiro diferenciador entre o que é arquitetura e sua inexistência implacável.

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Nos interessa a raiz da composição, o nascimento fatal da arquitetura. É preciso educar o olhar, estimular a percepção a partir das lições do passado, das relações entre a arquitetura e a historiografia. Não por acaso, insistir na leitura dos tratados, de Giacomo Vignola, La regola delli cinque ordini (1562) à André Lurçat, Formes, composition et lois d’harmonie ( 1957). Ou a síntese brasileira na interpretação do mestre Lúcio Costa, "...a procura obstinada de justa medida", "...a intenção superior que seleciona, coordena e orienta em determinado sentido", tudo o que pode conferir à obra, não tanto ineditismo ou originalidade, mas seu caráter de permanência. E, para Mies Van Der Rohe, a forma é mais um processo de destilação do que propriamente de inspiração.

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Toda essa reflexão assenta na assimilação de outro mestre, Le Corbusier, e sua apaixonada apologia dos traçados reguladores, que desde a Grécia os homens utilizam para correção de suas obras, satisfação de seus sentidos e pensamento matemático. Em Le Corbusier de Vers une Architecture, "o traçado regulador é uma garantia contra o arbitrário. Proporciona a satisfação do espírito".

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Segundo Borsoi, o traçado regulador é a geometria oculta que nosso olho mede, reconhece e nos emociona.

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Revela uma matemática sensível que estrutura o projeto, conduz à agradável percepção de ordem, de busca das relações proporcionais e harmônicas inerentes à arquitetura.

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A formação modernista do arquiteto-Deus bauhausiano, manuseador das diferentes escalas de desenho da "colher à cidade", cede progressivamente ante a experiência mais vasta e integral do arquiteto-demiurgo, "a mão é um instrumento da mente", metaforizado no poema de Michelangelo. O arquiteto artesão e humanista, senhor pleno de seu ofício compositivo/construtivo, pode desenvolver-se e pressar-se na sua própria obra.

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No Recife, Borsoi desenvolve e aperfeiçoa os princípios fundamentais de sua arquitetura. Defende uma arquitetura urbana diferenciada, com edifícios concebidos como obras autônomas, volumes soltos, quatro fachadas proporcionadas e detalhadas, bem ventiladas e iluminadas, como a solução tipológica de inúmeros prédios residenciais e comerciais construídos. Nesses edifícios, imaginação e criatividade são postas a serviço da elaboração de uma imagem contemporânea para a cidade, dando referência na paisagem e atendendo ao desejo de um usuário cada vez mais exigente.

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Do Edifício Santo Antonio, coroando sua primeira fase de forte influência racionalista, aos manifestos inauguradores dos anos 60/70 (edifícios Mirage, Michelangelo e Portinari), até a singular montagem compositiva, contínua redefinição dos elementos arquitetônicos do Maria Juliana, no limiar dos 90, sua obra é pioneira por colocar o Recife no roteiro dos lugares dotados de marcos exemplares na passagem do Século XX.

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Nos edifícios públicos, sedimenta o conceito de "obra acabada", exercitando uma metodologia projetual aberta a incorporação das contribuições interdisciplinares, com o arquiteto assumindo plenamente o lugar do ofício na coordenação e condução do processo, definindo idéias e procedimentos tecnológicos por meio do projeto. Do Fórum de Teresina (PI) ao Centro Administrativo de Uberlândia (MG), incluindo a atual, em construção, Assembléia Legislativa do Maranhão, a reflexão construtiva associa-se aos parâmetros de escala, modenatura, policromia e definição dos detalhes para sintetizar o caráter e o significado de uma obra de arquitetura.

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Através da visão, da experiência e da maturidade, Borsoi enuncia seu conceito do fenômeno arquitetônico como algo distinto de outras formas de construção. O que distingue, em suma, a arquitetura é a intenção ordenadora expressa na essência de sua unidade, integridade e beleza. Ou, em suas próprias palavras:

"Para Aristóteles, a beleza reside na ordem e Platão, na relação dos números. Em ambos, algo é belo quando tem caráter e harmonia. Para mim, só é arquitetura quando sentimos emoção, dá aquele friozinho na espinha".

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1. Marco Antônio Gil Borsoi, filho do arquiteto Acácio Gil Borsoi, é professor do curso de arquitetura da UFPE e formou-se em arquitetura em 1976 pela FAU/UFRJ.

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Fonte: http://www.revistasim.com.br/asp/materia.asp?idtexto=8770

sábado, 14 de novembro de 2009

Alejandro Aravena, Charles Murray, Alfonso Montero, Ricardo Torrejón.

Torres Siamesas, Santiago, Chile









































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Ficha técnica .
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Arquitetos :
Alejandro Aravena, Charles Murray, Alfonso Montero, Ricardo Torrejón.
Colaborador:
Emilio de la Cerda.
Projeto 2003
Construção 2005

Localização:
Campus San Joaquin, Universidade Católica do Chile, Santiago, Chile.
Área
: 5.000 m²
Materiais: concreto, vidro, cimento e madeira nativa
Orçamento: US$ 700 x m² . .
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Fonte:
www.alejandroaravena.com

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

tFPS

Bodega y Oficinas Huanacu, Santiago, Chile



A comissão
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Um grande armazém que destaca por contraste a típica arquitetura industrial apreciada no setor, porém o mais barato possível. E que pudesse responder e acomodar mediante sua forma e as lógicas internas de funcionamento da empresa (rotinas de carga e descarga, operação e exposição dos produtos no showroom, funcionamento de escritórios, etc.)
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A imposição
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Um custo definido e estritas normativas do lugar e sobre o funcionamento de uma indústria. Isto nos remeteu a uma questão fundamental: como operar sobre a forma sem deixar de cumprir exigências rigorosas tanto do cliente como da legislação e ainda não se afastar do orçamento? A primeira abordagem para a solução passou pela idéia de voltar todos os esforços formais para as fachadas mais expostas, gerar um perímetro ativo a partir do programa (onde havia maior liberdade normativa) e deixar as atividades de produção ou o armazenamento protegido no interior do terreno.
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O dispositivo formal
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Como operar então para cumprir com ambos requisitos?
Remetendo-nos à idéia de uma caixa (um galpão tradicional) retorcida, começamos a pensar que nesta imagem havia uma lógica formal que poderíamos explorar, transformando, a partir da mesma quantidade de superfície de caixa inicial, as faces mais expostos para acomodar as atividades críticas que o cliente nos impunha.
Trabalhar com uma estrutura tradicional de marcos reticulados próprios da arquitetura industrial próprio (que nos permitira não ter grandes despesas com cálculo estrutural), mas operando a partir da "prega" sobre a casca envoltória(definitivamente o mais barato e mais viável em termos técnicos.

Uma série de rupturas, nos permitiram gerar duas frentes que em termos de proporções e medidas de superfície são as mesmas que as de um galpão normal, para assim acomodar as diferentes atividades que implantamos no perímetro (showroom, escritórios,acesso do caminhões.
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Ficha técnica
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Localização: ENEA, Pudahuel, Santiago, Chile
Arquitetos: tFPS
Equipe: Eduardo Fam Mancilla, Diego Pinochet Puentes, Leonardo Suárez Molina
Engenheiro estrutural: José Manuel Morales
Área do terreno: 3.128m²
Área construida: 1.670m²
Ano: 2006-2009
Imagens: Nicolas Saieh & tFPS
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Publicado originamente em: www.plataformaarquitectura.cl