quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

O arquiteto global

Foto: Sociedad Norman Foster


A reportagem que o jornalista Jesús Rodriguez escreveu para El Pais, sobre o arquiteto britânico Norman Foster cujo nome evoca uma época de guerras e conquistas, do período do domínio normando na Inglaterra, empresta ao consagrado arquiteto uma moldura de vencedor. Era um tempo onde as diferenças entre vencedores e vencidos eram bem visíveis.

Um cenário perfeito para apresentar um dos arquitetos mais importantes da atualidade. O lord Foster troca a armadura por roupas elegantes, assinadas por estilistas famosos e o cavalo é substituído por um Falcon 900, avião transcontinental capaz de levá-lo em algumas horas a qualquer parte do mundo.

No mundo atual os ícones são outros e a arquitetura assume um papel de grande relevância ao evidenciar quem dá as cartas na economia global. As empresas mais ricas e os países mais desenvolvidos contratam os arquitetos mais importantes, independente de suas nacionalidades. As modernas construções são uma exaltação dos totens ancestrais repaginados pela alta tecnologia.

O perfil que Rodriguez faz do lord Norman Foster é o de um homem determinado, que venceu todas as vicissitudes para transformar-se no arquiteto mais influente do planeta. Para ele o tempo é de ouro, por isso usa um avião executivo de longo alcance para não perder tempo reabastecendo em aeroportos, mas se dispõe a pedalar por três horas antes de uma viagem de doze horas de vôo. Aos 72 anos, o seu porte atlético se evidencia nos passos largos e decididos. Segundo ele, seu escritório trabalha 24 horas por dia nos 365 dias do ano, essa, também, á a face da China. Um arquiteto que pilota helicópteros, que se dedica às artes marciais, é considerado o 007 da arquitetura.

A grandiosidade da China se assemelha aos desafios dele, a velocidade de transformação chinesa é inimaginável para os olhos ocidentais e exige profissionais de grande envergadura e dedicação. O uso de alta tecnologia na arquitetura moderna tem, também, as feições da China moderna. Essa talvez seja a chave para compreender o sucesso do arquiteto Norman Foster nesse país que explode em cada vetor da economia. A arquitetura é o emblema mais eficaz do processo de modernização de uma sociedade.

Acostumado a projetar arranha-céus, aeroportos, museus, espaços públicos em redor do mundo lord Foster expressa a sua face humanista ao definir ambientes onde as pessoas trabalhem ou vivam em harmonia e se vale de seu magnetismo pessoal para conquistar mais espaços em um mercado mundial repleto de grandes estrelas. A matéria do jornalista Jesús Rodriguez é imperdível para quem aprecia a boa arquitetura.


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