Lyceu Paraibano
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Perspectiva do conjunto do Instituto de Educação
Fonte: (FARIAS SEGUNDO, 1999:19)

Construção do Edifício Central (Lyceu)
Fonte: (FARIAS SEGUNDO, 1999:24)
Fachada Posterior do Lyceu
Fonte: (FARIAS SEGUNDO, 1999:27)
Perspectiva do Edifício Central (Lyceu Paraibano)
Fonte: (FARIAS SEGUNDO, 1999:20)


Planta Baixa Pavimento Superior
Aspectos históricos
"O projeto do então chamado Instituto de Educação, iniciativa do governo Argemiro de Figueiredo no ano de 1936, surge de modo a implementar a reforma educacional da Paraíba e é parte integrante de um processo de modernização por que passa o estado a partir da década de 20".
"O projeto do então chamado Instituto de Educação, iniciativa do governo Argemiro de Figueiredo no ano de 1936, surge de modo a implementar a reforma educacional da Paraíba e é parte integrante de um processo de modernização por que passa o estado a partir da década de 20".
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Outro fator importante para a iniciativa do Instituto é necessidade de modernização do sistema educacional na Paraíba, possibilitando a infra-estrutura necessária para a formação dos que seriam os futuros professores paraibanos, aliado ao desejo de integrar-se ao projeto nacional de educação. Neste momento, o Brasil passa por uma reformulação do sistema de ensino, reflexo de uma mudança na educação que se impõe em todo o mundo, onde o aluno já não é, como antigamente, mero depositário das idéias e conhecimentos do mestre, porém elemento que vive e contribuí ativamente na educação geral do povo, através da formação, já desde a escola, da consciência da cidadania. No Brasil, estes conceitos são adotados em Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco e no Distrito Federal, e o empreendimento do projeto do Instituto de Educação demonstra o esforço da administração pública paraibana em acompanhar esta evolução pedagógica".
A proposta arquitetônica original
"O plano do Instituto de Educação foi inicialmente concebido como articulação de três prédios: o Edifício Central, o Jardim de Infância e a Escola de Aplicação. Complementariam ainda o conjunto mais três prédios, que abrigariam a Escola de Puericultura, o Estádio e o Ginásio. Projetados em 1936, os três edifícios que iniciariam o Instituto seriam implantados no terreno limitado pelas avenidas Monteiro da Franca (atualmente inexistente), Duarte da Silveira, Tiradentes (atual Camilo de Holanda) e pelo futuro “park-way” da lagoa (atual Getúlio Vargas).
A proposta arquitetônica original
"O plano do Instituto de Educação foi inicialmente concebido como articulação de três prédios: o Edifício Central, o Jardim de Infância e a Escola de Aplicação. Complementariam ainda o conjunto mais três prédios, que abrigariam a Escola de Puericultura, o Estádio e o Ginásio. Projetados em 1936, os três edifícios que iniciariam o Instituto seriam implantados no terreno limitado pelas avenidas Monteiro da Franca (atualmente inexistente), Duarte da Silveira, Tiradentes (atual Camilo de Holanda) e pelo futuro “park-way” da lagoa (atual Getúlio Vargas).
Observando a perspectiva do conjunto formado por estes três prédios, percebemos claramente a intenção de promover a interlocução entre eles. Sua implantação cria uma área interna que permite a articulação espacial e volumétrica dos edifícios, gerando uma área comum de circulação e permitindo uma leitura conjunta dos volumes, onde cada um dos prédios é projetado de modo a ter uma linguagem comum com os demais, evidenciando o caráter de conjunto arquitetônico. Vale salientar a preocupação no tratamento plástico dos volumes, trabalhados segundo a estética moderna, em linhas simples, sem decorações desnecessárias, mas recebendo um cuidado plástico rigoroso, tanto nas fachadas voltadas para as ruas quanto naquelas voltadas para a área interna. Outro fato a ser observado é que as relações entre os edifícios não se restringem apenas ao aspecto plástico. Como a forma destes edifícios está intrinsecamente ligada a sua função, é fácil concluir que a concepção espacial destes também tem seus pontos em comum.
No Edifício Central, o maior do plano, seriam instalados a Escola de Professores e a Escola Secundária, além de administração geral, biblioteca, museu, auditório, laboratórios, cantina, etc. O projeto previa três pavimentos, incluindo o terraço superior descoberto e uma torre, para instalação de um relógio. Além dos pavimentos já citados, a diferença de nível encontrada no terreno permitiria a construção de mais um pavimento com três salas, pavimento este que não aparece na perspectiva do prédio desenhada para o projeto.
A solução utilizada deixou de lado a tipologia normalmente empregada no período (edifícios com pátio central), adotando a distribuição das salas ao longo de duas alas, numa única direção longitudinal, articuladas ao centro pelos espaços administrativos, com acesso as salas por intermédio de corredores em “varandas” e situando as instalações sanitárias para alunos na extremidade das alas. Esta disposição em direção única possibilitou a melhor orientação do edifício quanto à insolação e ventilação, cuja proteção solar foi reforçada pelo uso de marquises e varandas abertas. A estrutura foi projetada para ser parte em concreto armado e parte em alvenaria de tijolo comprimido, sendo o concreto armado usado nas lajes entre os pavimentos, no terraço superior, e em toda a torre, incluindo fundações, além das lajes em balanço que formam as varandas e marquises.
O projeto previu a colocação de acessos independentes para as varandas de cada um dos pavimentos, de modo a reduzir o número de usuários e, consequentemente, diminuir a perturbação das aulas. Desta forma, os corredores de acesso servem a no máximo sete salas de aula. O acesso principal do edifício, que encontra-se acima do nível da rua, foi trabalhado através de uma escadaria que conduz ao patamar de entrada, e também através de uma rampa de concreto armado, em “S”, que conduz a uma série de salas de aula da ala esquerda do primeiro pavimento, prevendo o possível uso destas salas para cursos especiais, sem que haja a necessidade de utilizar o corpo central do edifício.
Segundo o projeto, o edifício seria composto, no 1o pavimento, de um hall, onde inicia-se a escadaria para os pavimentos superiores, 8 salas de aula, 2 salas para trabalhos, diretoria com banheiro, secretaria, sala para inspeção, sala para higiene, sala para professores, biblioteca, auditório com palco em semicírculo, vestiário, 2 banheiros nos extremos do pavimento, cada um deles composto de 8 wc’s e 6 lavatórios, dependência de serviço, terraço (patamar de entrada), área central descoberta e galerias cobertas que correm ao longo das salas de aula. No 2o pavimento, estariam um hall, 9 salas de aula, laboratório de física, laboratório de química, diretoria com banheiro, secretaria, sala para professores, serviço dentário, serviço médico, salão para museu ou exposições, vestiário, dependência de serviço, cantina, 2 banheiros, cada um deles com 8 wc’s e 6 lavatórios e galerias cobertas que dão acesso as salas de aula. Já o 3o pavimento seria formado pelo terraço superior, o terminal da escadaria e a origem da torre.
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Um ponto importante dentro do projeto deste prédio é a circulação vertical. Além da escadaria interna, foram concebidas escadas externas, funcionando como elementos de articulação funcional, que possibilitam o acesso direto as galerias sem que haja a necessidade de se entrar no edifício, o que possibilita o acesso mais rápido dos alunos às salas, além de distribuir mais uniformemente o fluxo, que já não precisa ser feito apenas em um ponto.
No tocante aos materiais utilizados, o projeto prevê piso em tacos de madeira, nas salas de aula, auditório e gabinetes de diretoria e secretaria, mosaicos cerâmicos nas entradas (halls), galerias, laboratórios, seções sanitárias e demais dependências. Na rampa, foi aplicado ladrilho anti-derrapante. As paredes internas receberiam aplicação de tinta sem brilho em toda a sua extensão, sendo que, nos halls e salas de diretoria seria aplicado um revestimento de marmorite até 1,50m de altura, sendo substituído por azulejos brancos na cantina e seções sanitárias. Já as paredes externas seriam revestidas em pó de pedra de diferentes tonalidades". (FARIAS SEGUNDO, 1999:17)
Ficha técnica
Arquitetura: Clodoaldo Gouveia
Projeto: 1936
Obra: 1939
Fotos: www.caciomurilo.com.br
Construção: Ítalo Joffily
Referências bibliográficas:
FARIAS SEGUNDO, M. B. Conjunto Urbanístico Educacional: proposta de recuperação de um espaço moderno. 1999. Monografia (Graduação em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2003.