Nobel da arquitetura, Pritzker vai para escritório japonês SANAA
Simone Capozzi
É de Kazuyo Sejima e de seu sócio Ryue Nishizawa o maior reconhecimento concedido a um arquiteto por sua carreia, o Prêmio Pritzker.
Considerado o Nobel da arquitetura por usar a premiação sueca como modelo para vários de seus procedimentos de indicação e prêmio, o Pritzker foi criado em 1979 pela Fundação Hyatt para homenagear, em vida, um arquiteto cuja obra demonstre qualidades como talento, visão e compromisso, e traga uma contribuição significativa para a humanidade e para o ambiente construído. A Fundação Hyatt é gerida pela família Pritzker, proprietária da rede Hyatt de hotéis.
Sejima e Nishizawa formaram o escritório SANAA em 1995. O trabalho da dupla é conhecido por sua leveza e delicadeza, em muito obtida pelo uso da transparência. Eles dão grande importância à integração de seus edifícios ao entorno, a ponto de descrevê-los como “montanhas na paisagem”.
Entre as razões apontadas para a premiação, o júri cita a arquitetura delicada, mas poderosa do SANAA; sua discreta engenhosidade; a maneira bem-sucedida como seus edifícios interagem com o exterior e com as atividades que abrigam, e sua linguagem singular, fruto de um processo colaborativo único e inspirador.
Ao saber do prêmio, Kazuyo Sejima declarou-se muito feliz e disse "eu tenho explorado como posso fazer uma arquitetura que seja aberta, o que eu penso ser importante para uma nova geração. Com esse prêmio vou continuar me esforçando para criar uma arquitetura bela".
Nishizawa disse encarar a premiação com grande humildade. "Estou muito honrado e muito surpreso. Recebo e entendo este prêmio como um encorajamento para os meus esforços", declarou.
A maior parte da produção do SANAA está no Japão, mas o escritório tem obras implantadas na Alemanha, Inglaterra, Espanha, França, Holanda e Estados Unidos.
É a terceira vez na história do Pritzker que o prêmio é dividido entre dois profissionais. A primeira vez foi em 1988, quando Oscar Niemeyer dividiu o prêmio com o norte-americano Gordon Bunshaft. Em 2001 foi a vez dos também sócios Jacques Herzog e Pierre de Meuron, autores do Ninho de Pássaro de Pequim, levarem a premiação.
O edifício da Dior em Tóquio, de 2003. Com telas de acrílico translúcido dispostas por tás da pele de vidro, o edifício adquire uma aparência quase etérea.
O Museu de Arte Contemporânea de Nova York é um projeto de 2003, inaugurado em 2007. O recurso de "empilhar" os pavimentos de maneira irregular permitiu criar terraços e aberturas na cobertura de alguns andares para entrada de luz natural.
Fachada do Museu Ogasawara, em Nagano, Japão. Um dos primeiros trabalhos do SANAA, é um projeto de 1995 inaugurado em 1999. O forma do prédio acompanha o contorno do terreno e está elevado do solo para permitir a visão das ruínas de um castelo dos séculos 14 e 15.
Vista aérea do Centro de Estudos Rolex, na Escola Politécnica Federal de Lausane (1999-2005). A entrada principal do prédio pode ser alcançada de qualquer um dos seus lados, caminhando-se sob as lajes ondulantes.
Escola de Gerenciamento e Design de Zollverein, em Essen, na Alemanha. Projeto iniciado em 2003, com obra inaugurada em 2006, ocupa o terreno de uma antiga mina de carvão.
Conheça o júri do Prêmio Pritzker
Lord Palumbo (presidente): empreendedor imobiliário e patrono das artes britânico. Já presidiu o Conselho das Artes da Grã Bretanha e a Fundação da Tate Gallery, entre outras entidades ligadas ao setor
Alejandro Aravena: arquiteto, diretor executivo do grupo Elemental, do Chile
Rolf Fehlbaul: presidente da Vitra, Suíça
Carlos Jimenez: professor da escola de arquitetura da Rice University, Estados Unidos
Juhani Pallasmaa: arquiteto, professor e autor, Finlândia
Renzo Piano: arquiteto italiano, ganhador do Pritzker em 1998
Karen Stein: jornalista, editora e consultara em arquitetura, Estados Unidos
Martha Thorne (diretora executiva): reitora assistente para relações externas da escola de arquitetura da IE University, Espanha
muito interessante... pela lista dos possíveis ganhadores acho q eles eram os menos cotados e acabaram ganhando, deu uma polêmica. Achei uma ótima escolha, o premio d 2009 e esse talvez sejam uma indicação de q as coisas estão mudando.
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