segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Passarelas estaiadas em Pernambuco

Um charme na BR101
Oliveira Júnior ¹

Passarela estaiada 01
Fonte: Oliveira Júnior

A viagem de João Pessoa ao Recife não tem sido das mais agradáveis. As obras de duplicação da BR 101 tem causado um enorme transtorno para os que utilizam cotidiana ou eventualmente esta rodovia . A tolerância aos inconvenientes enfrentados na estrada está calcada na perspectiva de que num futuro próximo possamos realizar uma viagem mais rápida, confortável e segura.

Passarela estaiada 02
Fonte: Oliveira Júnior

Embora o trecho sul da BR101 na Paraíba ofereça um inigualável conforto de tráfego, pela qualidade e homogeneidade do asfalto, é no estado de Pernambuco, próximo ao município de Abreu e Lima, cerca de 2km após a fábrica da bombril, que há mais de uma década tenho obtido enorme prazer estético ao cruzar com dois dos mais belos exemplares brasileiros de arquitetura e engenharia: as passarelas estaiadas de concreto.

Imagem de satélite
Fonte: Google Earth

Apesar de desconhecer sua autoria, posso asseverar que se trata de um bem público extraordinário e digno dos maiores elogios quanto à escolha dos envolvidos com a sua concepção e construção.
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No meu contato mensal, travado ao longo de muitos anos, com estes equipamentos urbanos, identifiquei um elevado grau de degeneração dos seus aspectos estéticos, estruturais e funcionais. Esta percepção me confere alguma autoridade para evocar a atenção das autoridades competentes quanto à conservação e à manutenção das mesmas, de forma que continuem a prestar relevantes serviços à população local.
No percurso entre Alagoas e Rio Grande do Norte conheço inúmeras passarelas, porém nenhuma que reuna tantas qualidades quanto essas duas. Trata-se de uma referência segura em face da proliferação dos monstrengos pré-moldados que começaram a invadir as nossas rodovias.

Nota
1. Oliveira Júnior é arquiteto e professor de projeto e urbanismo do curso de arquitetura e urbanismo do Centro Universitário de João Pessoa - Unipê.

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