quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Cidade flutuante

Batizada de Noah, a cidade usa energia renovável e é à prova de furacões
Por Época NEGÓCIOS Online










Três empresas de arquitetura desenvolveram um projeto de uma cidade flutuante, localizada no rio Mississipi, ao lado de Nova Orleans, nos Estados Unidos.

Batizada de NOAH (Habitat Arco Lógico de Nova Orleans, em português), a cidade está instalada dentro de uma estrutura de pirâmide com 360 metros de altura, que pode flutuar e é à prova de furacões.

A ideia dos arquitetos é fazer com a cidade fique livre de possíveis tormentas ou tempestades, como ocorreu na região com o furacão Katrina, em 2005.

A estrutura flutuante usará energia renovável (eólica, solar e hidrelétrica) para abastecer as cerca de 20.000 residências, 100.000 metros quadrados de área comercial, escola, hospital e até 3 cassinos. A cidade pode abrigar 40.000 pessoas e tem espaço de estacionamento para 8.000 carros.

Lá, a preocupação verde também está na pauta. A cidade tem painéis solares, turbinas eólicas, reciclagem de água doce e um sistema solar que utiliza as vidraças dos apartamentos.

O sistema é projetado para dissipar o vento e a força da gravidade com a ajuda de um conjunto de cabos de aço aplicados à construção.
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Fonte: www.epocanegocios.globo.com


Ponto de vista

Este é um tipo de proposta que me parece só vir a ratificar a reinvenção do produto imobiliário em detrimento da reinvenção e a requalificação do espaço urbano.

Observa-se claramente que o objeto nega a escala da cidade e concentra o adensamento populacional numa área que, pela aparente centralidade e pela riqueza paisagística, desperta claro interesse imobiliário e especulativo. Ao fundo percebe-se áreas periféricas e de baixa concentração populacional.

Sob a insígnia da sustentabilidade ambiental a proposta reforça a segregação sócio-espacial e
pode contribuir para criação de espaços inseguros no entorno urbano.

A sociedade necessita com urgência de propostas sustentáveis que direcionem o olhar sobre o caos urbano, que neguem a homogeinização de classes e que apontem caminhos para a inserção social e a integração espacial, a democratização da cidade e a vitalidade urbana.
(Oliveira Júnior¹)

Nota
1. Oliveira Júnior é arquiteto e professor das disciplinas de Projeto II e Urbanismo II do Centro Universitário de João Pessoa - Unipê.

3 comentários:

  1. Em parte, concordo com o ponto de vista. A criação de uma cidade inserida em outra malha urbana dá abertura à uma criação de "guetos". Mas a evolução urbana é uma faca de dois gumes: sempre haverá o novo que irá impactar. Como as cidades medievais olhariam para a nossa Brasília, sem o olhar crítico e especulativo de uma pretensão à formação de novas civilizações?

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  2. Marina, o novo é sempre bem vindo, desde seja o reflexo das experiências interpostas no passado e da observação dos resultados obtidos no presente. Afinal a nossa maior responsabilidade é com o legado que deixaremos para as futuras gerações que herdarão as nossas cidades.

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  3. esta construção parece ter saído de algum filme de spilberg , mas , aqui as coisas são reais e não é apenas uma bela imagem , mesmo com todas as preocupações ambientalistas , que vai conferir a´construção o sucesso esperado. trata-se de uma concentração demográfica violenta e isto me parece bem perigoso. arquitetura não é simplesmente uma bela imagem. " firmitas , venustas , servitas...

    isnard barroso

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