segunda-feira, 25 de maio de 2009

Acústica

RESTAURANTES - Barulho indigesto
Otávio Canecchio


Galeto's do Iguatemi: burburinho na praça de alimentação

Fonte: Heudes Regis (Vejinha on-line)
.
A acústica do restaurante é tão importante quanto a qualidade da comida durante um almoço de negócios. Um local barulhento – onde se ouve um falatório ensurdecedor, a música é alta e o som dos pratos e talheres ecoa pelo salão – pode transformar qualquer reunião numa gritaria sem fim. Veja São Paulo convidou o arquiteto Roberto Saruê, especialista em ruídos urbanos, para medir a poluição sonora em dez restaurantes na hora do almoço. O resultado do teste é surpreendente. Em todos, os níveis de barulho ficaram acima do determinado pela legislação (veja quadro acima). "Para manter o conforto acústico, a lei recomenda que o ambiente tenha no máximo 55 decibéis", explica Saruê, que utilizou um equipamento digital para fazer a medição.
.
Fonte: Vejinha on-line
.
Salão cheio no Esplanada Grill: plantas ajudam a absorver o som
Fonte: Renato Chaui (Vejinha on-line)
.
Dos estabelecimentos avaliados, o Gero, da grife Fasano, registrou o melhor índice: 60,7 decibéis. Foi um dos poucos que revelaram alguma preocupação com o isolamento acústico. Os concorridos Rodeio, Hampton, Esplanada Grill e Baby Beef Rubaiyat, todos na região dos Jardins ou do Itaim Bibi e muito procurados para almoços de negócios, mostraram-se mais agitados. Ficaram na faixa de 65 a 70 decibéis. Segundo Saruê, o descuido com a acústica ocorre geralmente durante a elaboração do projeto arquitetônico do restaurante. "Existe um abuso de materiais como vidro, espelho e mármore, que reverberam o som de volta para o salão", afirma. O especialista explica que pé-direito alto, paredes de tijolinhos aparentes e teto forrado com lã de madeira tornam os locais mais silenciosos. "Essas características fazem com que os ruídos sejam absorvidos", diz. Outros recursos mais simples, como revestir as cadeiras com tecido, colocar espumas embaixo dos pratos e espalhar alguns vasos com plantas, também colaboram para que os clientes tenham paz entre as garfadas. A música ambiente tem de passar quase despercebida.


O Gero da Haddock Lobo: o melhor índice entre os restaurantes testados
Heudes Regis (Vejinha on-line)
.
O consultor de negócios Cezar Taurion enfrentou, recentemente, uma saia-justa durante um almoço com um cliente. "Não conseguia ouvi-lo por causa de uma festa de aniversário que estava acontecendo no lugar", lembra Taurion. Ele foi obrigado a interromper a refeição e levar o convidado para o restaurante vizinho. "Não era tão bom, mas pelo menos estava bem mais sossegado", conta. Quem procura privacidade precisa evitar sobretudo shopping centers, bufês e cantinas. Nesses lugares foram registrados os índices de ruído mais altos durante a medição. No primeiro caso, o agito da praça de alimentação e das lojas contribuiu para elevar o barulho na filial do Galeto's no Shopping Iguatemi. Foi o recordista do teste. Lá, o aparelho registrou a média de 77,4 decibéis – em termos de comparação, um helicóptero em pleno vôo atinge 95 decibéis. Mesmo o Ráscal, no Pátio Higienópolis, que fica em um espaço mais reservado, tem problemas. Como o sistema é de bufê, os clientes levantam-se a toda hora para se servir. O burburinho do lugar alcança 68,7 decibéis. Já na tradicional Lellis Trattoria, nos Jardins, a proximidade das mesas, o teto baixo e o som que vaza da cozinha deixam a casa com a média de 74,7 decibéis. "O meu restaurante é realmente barulhento, mas esse clima festivo faz parte da atmosfera de uma cantina", justifica o proprietário, João Lellis. Pode até ser uma boa opção, mas só para os dias de folga.
.

Fonte: (Vejinha on-line)

.

Nenhum comentário:

Postar um comentário