Oliveira Júnior¹
Este projeto marcado pela horizontalidade recebeu um conjunto de falsas chaminés soltas, posicionados ao longo da fachada frontal, numa clara referência aos antigos engenhos de açucar.
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Mangai Brasília - Vista da caixa do elevador.
Em junho deste ano, o Restaurante Mangai aportou em Brasília levando na bagagem, além das quase três décadas de experiência, alguns novos elementos incorporados à sua arquitetura através das criativas interferências da arquiteta Sandra Moura.
O partido adotado consiste de uma generosa cobertura de telha cerâmica em quatro águas, suportada por um possante conjunto de vigas metálicas em perfil “I”, ancorados em robustos pilares de concreto, o que certamente viabilizou os grandes vãos da modulação adotada. A cumeeira do edifício conforma uma mansarda por onde se dá a exaustão do ar que circula no espaço interno do restaurante.
Mangai Brasília - detalhe da caixa do elevador. .
Mangai Brasília - rampa de acesso.
Contrariamente ao projeto de Natal esta proposta incorpora os “volumes-chaminés” como parte integrante do próprio corpo do edifício, procurando encontrar-lhe um espaço funcional na composição, utilizando-os na modulação estrutural, o que a meu ver reprime a força estética e a expressão deste elemento como referencia vertical e imagético-cultural. Vale ressaltar que esta decisão também já havia sido tomada na reforma do projeto de João Pessoa, ocorrida anteriormente.
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Mangai Brasília.
Vista do terraço de acesso.
Cadeira de madeira e estrutura de ferro.
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Mangai Brasília - Porta de acesso.
Vista do salão com cortina de bucha vegetal.
Detalhe da cortina vegetal.
Detalhe da luminária de piões.
O espaço interno é bastante amplo, arejado e ricamente decorado com inusitados objetos confeccionados com elementos da cultura popular, tais como as luminárias de piões, a cortina de bucha vegetal, as divisórias de estronca e os lavatórios de pote de barro.
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Lavatórios de potes de barro.
Painel de estronca decorado com cachos de banana.
Canto do Salão do restaurante - Vista da ponte JK no Lago Paranoá.
Volumetricamente falando, a grande vedete do projeto é a criativa caixa de elevador que conecta o espaço do estacionamento ao nível da rampa de acesso do terraço do restaurante. Envolvida por uma pele de chapa de aço, cujas estampas esboçam movimentos orgânicos que nos aproxima dos delicados desenhos do "Art Noveau", tudo isso sem que o design do objeto perca o foco extremamente contemporâneo.
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Caixa do elevador com iluminação noturna - Ponte JK ao fundo.
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Ficha técnica
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Arquitetura: Sandra Moura
Local: Brasília - DF
Imagens: Oliveira Júnior
Nota
1. Oliveira Júnior é arquiteto e professor do curso de arquitetura do Centro Universitário de João Pessoa - Unipê.
Me amarro nesse restaurante, adoro a mistura de simples com sofisticado da decoração, sem falar na vista previlegiada e na comida deliciosa. vale a pena conferir
ResponderExcluirSimplesmente maravilhoso! A decoração é espetacular e a comida mais ainda! Obrigada por proporcionar a nós momentos dignos de serem repetidos!
ResponderExcluirIvana Schettert
Adoro o projeto também, os detalhes tornam o lugar muito especial. Mas tenho que fazer uma retificação : a cortina não é de bucha... São "sabugos de milho" feitos em crochê ou tricô com fibra vegetal... Talvez rafia... ;]
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