Incrustada entre Dois lotes ocupados por duas residências altas, um embasamento de um metro nos foi pedido para amenizar a sensação de sufocamento que o projeto térreo teria. Uma outra premissa era a necessidade de um pé direito alto e confortável, lembrança da casa centenária no interior paulista dos futuros ocupantes da construção.
A casa se desenvolve sobre um eixo norte sul, demarcado em planta e na volumetria por uma grande empena, mais alta que os volumes cobertos, que avança no jardim frontal, percorre toda a circulação até a suíte principal e avança na parte posterior do lote, delimitando e separando visualmente os setores social e íntimo da garagem e do setor de serviço.
As diferenças de altura no setor social, onde o pé direito teria que assumir os três metros e cinqüenta pedidos, e os demais setores, onde a sensação de pé direito muito alta frente às dimensões dos ambientes iria prejudicar o sentido de conforto espacial, nos fizeram optar por um jogo de volumes que caracterizassem essa diversidade. A ausência de beirais necessários para a proteção das aberturas e para uma melhor utilização dos terraços, nos fez propor um jogo de lajes que definem as varandas e avançam na fachada lateral, proporcionando a requerida proteção para as esquadrias dos quartos.
A fim de amenizar a quantidade de aterro, essa mesma laje avança no piso e o embasamento fica recuado cinqüenta centímetros acima do terreno de jardim que está cinqüenta centímetros acima do nível da rua.
Uma grande caixa de vidro faz o fechamento das salas, sendo quebrada por um volume branco que intercepta a grande empena definidora do espaço e da solução volumétrica que entra pela sala, garagem e corredor central, demarcando a intenção arquitetônica de jogo de volumes que se encaixam, se interceptam, se sobrepõem na concepção espacial.
Uma casa moderna paulistana, revista e adaptada as nossas condicionantes climáticas e contextualizada no uso e na aplicação dos nossos materiais.